Dino rejeita pedido do Senado para pagar emendas de comissão

 

Dino rejeita pedido do Senado para pagar emendas de comissão


Carolina Nogueira e Saulo Pereira Guimarães 
Do UOL, em Brasília e em São Paulo… - 
 30/12/2024 19h01
Imagem do Senado
Imagem do Senado Imagem: Leopoldo Silva/Agência Senado

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Flávio Dino rejeitou o pedido do Senado para que ele autorizasse o pagamento das emendas de comissão indicadas pelos líderes partidários da Casa.

O que aconteceu

Emendas continuam bloqueadas, mas há exceção para valores empenhados antes de 23 de dezembro.

 Dino afirmou que o Senado tem "um degrau mais elevado de transparência" por individualizar a responsabilidade de cada indicação entre os líderes, mas ainda assim apontou que não foram apresentadas as atas das reuniões que teriam aprovado as indicações. "Como empenhar uma 'emenda de comissão' cuja indicação do beneficiário e o valor a ser a ele repassado não foram aprovados pela Comissão?", questionou o ministro.

Indicações da Câmara foram coletivas. O ofício enviado pelas lideranças traz apenas um combo de ações, objetos e destinos para onde os valores serão enviados com a assinatura conjunta dos 17 líderes da Casa. Assim, não é possível identificar qual liderança indicou o recurso.

Senado afirma que emendas de comissão foram aprovadas regularmente no processo orçamentário de 2024. De acordo com o Núcleo de Assessoramento e Estudos Técnicos da casa, a identificação dos responsáveis pelos pedidos também foi formalizada, como havia determinado Dino em decisão judicial.

Informações foram enviadas a ministérios, segundo o Senado. Rui Costa (Casa Civil) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais) foram algumas das autoridades que receberam os dados sobre a autoria de cada um dos pedidos e os respectivos beneficiados, assim como os chefes dos ministérios da Integração e Desenvolvimento Regional, da Agricultura e Pecuária, do Turismo, das Cidades, e da Justiça e Segurança Pública.

Senado ainda esconde os "padrinhos" das emendas. No documento, a Casa afirma que "fez constar o senador solicitante" nas indicações dos recursos, mas o ofício enviado aos ministérios só traz o nome dos líderes partidários. As emendas de comissão são utilizadas como moeda de troca nas negociações políticas no Congresso. Parlamentares ouvidos pelo UOL afirmam que, geralmente, as comissões recebem listas prontas da cúpula das Casas com os nomes dos deputados e senadores que serão beneficiados com as verbas.


Emendas são pagas até 31 de dezembro. Depois disso, a atual regra orçamentária perde validade, e o pagamento se torna inviável do ponto de vista legal.

Em parecer, a AGU (Advocacia-Geral da União) orientou ministérios a manter bloqueio de R$ 4,2 bilhões em emendas parlamentares. Órgão considera "prudente" que ministérios adotem essa postura, diante da disputa jurídica na qual as emendas se encontram envolvidas.

Queda de braço continua

Dino liberou neste domingo (29) parte das emendas que estavam bloqueadasMesmo permitindo a movimentação dos recursos, o ministro manteve críticas à maneira como as emendas são distribuídas.

https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2024/12/30/senado-informa-a-dino-que-cumpriu-regras-e-pede-pagamento-de-emendas.htm

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