Nunes entra na Justiça para Enel pagar multa se não restaurar energia


Nunes entra na Justiça para Enel pagar multa se não restaurar energia

 atualizado 

William Cardoso/Metrópoles
Imagens coloridas mostram funcionário com uniforme da empresa Enel, de costas, do lado direito, e do lado esquerdo, carros segundo no sentido contrário ao homem

São Paulo — Prefeitura de São Paulo entrou com requerimento na Justiça paulista pedindo que a concessionária Enel providencie imediatamente a restauração da energia elétrica em unidades afetadas pelo forte temporal da última sexta-feira (11/10), sob pena de multa diária no valor de R$ 200 mil caso não cumpra a determinação.

Ainda nesta terça-feira (15/10), cerca de 220 mil imóveis da Região Metropolitana de São Paulo continuam sem o fornecimento do serviço, no 4º dia após o apagão que deixou 2 milhões de clientes da concessionária sem energia. Segundo a Enel, são 147 mil ocorrências na capital, 5 mil em São Bernardo do Campo e 6,5 mil em Diadema.


Apagão na região de Perdizes, zona oeste de SP

No requerimento, que é dessa segunda-feira (14/10), os procuradores ainda pedem que a Enel informe, no prazo de 24 horas:


  • quanto tempo demorou para restaurar o fornecimento de energia em cada unidade;
  • quantas equipes foram efetivamente disponibilizadas;
  • qual a composição dessas equipes, tanto do ponto de vista quantitativo, como técnico;
  • quantos atendimentos cada equipe fez.

Ainda há a exigência para que a concessionária passe a compartilhar com a prefeitura, imediatamente, em tempo real, o posicionamento georreferenciado (GPS) dos veículos que transportam suas equipes, destacadas para atendimentos emergenciais; o número de equipes destacadas para cada bairro/setor e estimativa transparente de atendimento em cada ponto específico de chamado, e sua ordem de prioridade.

Em outra petição, da sexta-feira, a prefeitura já havia solicitado o posicionamento georreferenciado dos veículos da Enel. Em resposta, a companhia alegou que essas providências seriam inviáveis, e o processo foi suspenso. No requerimento dessa segunda, o município pediu acesso a esses dados mais uma vez, argumentando que “o propósito maior de obtenção dessas informações (…) não é a mera defesa dos interesses do município nesta ação, mas sim a viabilização da atuação do poder público municipal”.

Poda de árvores

A Prefeitura lista uma série de justificativas para embasar o requerimento. Em um item, alega que parte das 386 árvores que caíram no vendaval de sexta-feira estavam próximas à fiação elétrica por “inércia da Enel”, com manejos em atraso. “Em paralelo, persiste o estado de crônico descumprimento, pela Enel, do Plano Anual de Podas referente ao ano de 2023”, diz o documento.


Rua Irineu Marinho, 156
Alto da Boa Vista, zona sul de SPRua Irineu Marinho, 156
Alto da Boa Vista, zona sul de SPEstragos pós-apagão na Rua Irineu Marinho,  zona sul de SPEstragos pós-apagão na Rua 9 de Julho,  zona sul de SPEstragos pós-apagão na Avenida Santo Amaro, zona sul de SP

“Persiste, ainda, a inércia da concessionária federal em apresentar plano de contingência condizente com as dimensões e as peculiaridades do município de São Paulo, que leve em consideração o montante de árvores em contato com a fiação elétrica ou dentro dos limites da Zona Controlada”, adiciona.

Segundo a prefeitura, a concessionária tem a prerrogativa de realizar o manejo preventivo (podas de galhos) em mais de 225 mil árvores da cidade sem depender de qualquer autorização do município.

Atuação

Em outro item, a Prefeitura anexa uma imagem obtida pela Secretaria Municipal de Segurança Urbana que detectou, no domingo (13/10), por meio de filmagens com “drone” (veja abaixo), ao menos 30 veículos de manutenção estacionados, sem qualquer utilização, inertes, no pátio da concessionária.

 
Pátio da Enel durante o apagãoPátio da Enel no bairro Socorro, zona sul de SP

“Naquele momento, 760 mil imóveis ainda estavam sem energia. Onde estavam os funcionários da empresa? É esse o sentido de “atuação eficiente”, que a concessionária tenta defender?”, questiona o requerimento.

O balanço mais recente da concessionária Enel, divulgado na manhã desta terça, aponta que cerca de 1,8 milhão de clientes tiveram a energia restabelecida.

Veja:

“A Enel Distribuição São Paulo tem trabalhado incessantemente, desde a noite de sexta-feira, quando a área de concessão foi atingida por rajadas de vento de até 107 km/h, provocando danos severos na rede elétrica”, diz a nota. “A companhia reforçou as equipes próprias em campo, recebeu apoio de técnicos de outras distribuidoras e deslocou profissionais de outros estados.”

https://www.metropoles.com/sao-paulo/nunes-entra-na-justica-para-enel-pagar-multa-se-nao-restaurar-energia

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