Com alta da Selic, Brasil sobe para 2º no ranking de maiores juros reais do mundo; veja lista
País ocupava a terceira posição em julho, conforme levantamento do MoneYou.
A Argentina, que enfrenta uma inflação altíssima, segue na última posição.
Por André Catto, g1
O Brasil passou a ter o segundo maior juro real do mundo após o Comitê de Política Monetária (Copom) decidir elevar a taxa básica de juros. O juro real é formado, entre outros pontos, pela taxa de juros nominal do país subtraída a inflação prevista para os próximos 12 meses.
O Banco Central do Brasil (BC) decidiu nesta quarta-feira (18) aumentar a Selic em 0,25 ponto percentual (p.p.), para 10,75% ao ano. Assim, segundo levantamento compilado pelo MoneYou, os juros reais do país ficaram em 7,33%. O líder do ranking é a Rússia, com taxa real de 9,05%.
Na última divulgação, em 31 de julho, o Brasil ocupava a terceira colocação da lista. A combinação de inflação mais forte e cenário externo desafiador continua a pressionar o fechamento da taxa real de juros, informou o MoneYou.
A Argentina continuou com o último lugar no ranking. Apesar de, em junho, ter perdido para a Turquia o posto de maiores taxas nominais da lista (40% ao ano, frente aos 50% da Turquia — veja mais abaixo), o país também enfrenta uma inflação altíssima, o que acaba derrubando as taxas reais.
Veja abaixo os principais resultados da lista de 40 países.
Alta da Selic
Nesta quarta-feira, o Copom anunciou sua decisão de elevar a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, para a casa de 10,75% ao ano.
Na decisão anterior, em julho, a autoridade monetária havia mantido a taxa básica inalterada em 10,50%. Essa tinha sido a segunda reunião consecutiva de taxa inalterada pelo Comitê.
Juros nominais
Considerando os juros nominais (sem descontar a inflação), a taxa brasileira ficou na 4ª posição, ao lado de outros dois países.
- Turquia: 50%
- Argentina: 40%
- Rússia: 19%
- Brasil: 10,75%
- Colômbia: 10,75%
- México: 10,75%
- África do Sul: 8,25%
- Hungria: 6,75%
- Índia: 6,50%
- Filipinas: 6,25%
- Indonésia: 6,25%
- Polônia: 5,75%
- Hong Kong: 5,75%
- Chile: 5,50%
- Nova Zelândia: 5,25%
- Estados Unidos: 5%
- Reino Unido: 5%
- República Checa: 4,50%
- Israel: 4,50%
- Austrália: 4,35%
- Canadá: 4,25%
- Alemanha: 3,65%
- Áustria: 3,65%
- Espanha: 3,65%
- Grécia: 3,65%
- Holanda: 3,65%
- Portugal: 3,65%
- Bélgica: 3,65%
- França: 3,65%
- Itália: 3,65%
- Cingapura: 3,57%
- Suécia: 3,50%
- Coreia do Sul: 3,50%
- China: 3,35%
- Dinamarca: 3,10%
- Malásia: 3%
- Tailândia: 2,50%
- Taiwan: 2%
- Suíça: 1,25%
- Japão: 0,25%