Médico de Bolsonaro era funcionário fantasma em Miami, diz Apex

O ex-presidente Jair Bolsonaro em foto com o médico Ricardo Camarinha em Orlando, EUA – Foto: Reprodução

Atualizado em 12 de julho de 2024 às 12:05

Ricardo Camarinha, médico de Jair Bolsonaro (PL), foi identificado como funcionário fantasma do escritório da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) em Miami entre abril e dezembro de 2022. 

A descoberta ocorreu através da análise de um relatório interno da agência de promoção de exportações e investimentos, que classificou a contratação como “fraudulenta”.

A ApexBrasil, por meio de uma comissão interna, investigou desvios de conduta na gestão do general Mauro Lourena Cid, chefe do escritório da agência em Miami, durante a gestão do ex-capitão. 

De acordo com a comissão, Camarinha foi contratado na agência em Brasília, mas foi “imposto à equipe” para ser expatriado para Miami “por meio de instrumentos de excepcionalidade (memorando, portaria e carta oferta)”.

O relatório concluiu que o médico “não desenvolvia qualquer atividade profissional que tivesse ligação com o cargo de assessor, e nem frequentava as dependências do escritório” – a Polícia Federal (PF) já está investigando a denúncia de que Camarinha era um funcionário fantasma.



Vale ressaltar que Ricardo não respondeu às tentativas de contato sobre o resultado da investigação. 

O médico residia em Orlando, enquanto o escritório da Apex está localizado em Miami, a cerca de 380 quilômetros de distância.

Camarinha prestou depoimento aos agentes brasileiros. 

Em maio, uma equipe da PF esteve nos EUA para aprofundar a investigação sobre a venda de joias pertencentes ao acervo da Presidência da República. 

No relatório final, os investigadores afirmam que o médico confirmou ter recebido uma mala do ex-ajudante de ordens Mauro Cesar Barbosa Cid, em Orlando, em dezembro de 2022.

O tenente-coronel Mauro Cid – Foto: Reprodução

Cid perguntou a Camarinha se ele poderia levar a mala para Miami, mas o médico disse que demoraria para ir à cidade, já que a Apex estava em recesso de fim de ano. 

Segundo o profissional da saúde, a mala foi devolvida a um assessor do ex-presidente Bolsonaro.

A PF aponta que a mala continha presentes que seriam revendidos no território estadunidense. Posteriormente, ela foi enviada a Miami por meio do corretor de imóveis Cristiano Piquet.

https://www.diariodocentrodomundo.com.br/medico-de-bolsonaro-era-funcionario-fantasma-em-miami-diz-apex/ 

Em declarações prestadas à PF na última semana, funcionários da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) em Miami, Estados Unidos, denunciaram a situação de Camarinha como funcionário fantasma. Segundo os relatos, ele recebia um salário mensal de R$ 36,8 mil, sem nunca ter comparecido ao local de trabalho na agência. As denúncias configuram um possível caso de fraude contra a administração pública.

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