CPI troca depoimento de Braga Netto pelo de assessor pessoal de Bolsonaro
A CPI de 8 de janeiro cancelou o depoimento do general Walter Braga Netto e, no lugar, vai ouvir um dos envolvidos no caso das joias na próxima terça-feira (19).
O que aconteceu
A CPMI marcou a oitiva de Osmar Crivelatti, ex-assessor da presidência e que atualmente faz parte da equipe pessoal de Jair Bolsonaro. Ele está envolvido em uma troca de e-mails que mostram que o ex-presidente recebeu saco de 'pedras preciosas' e guardou em cofre.
Crivelatti era braço direito do tenente-coronel Mauro Cid. Ele também foi o responsável por entregar à Polícia Federal as armas que Bolsonaro recebeu dos Emirados Árabes Unidos com o advogado Paulo Cunha, que representa Bolsonaro.
Desde janeiro Crivelatti atua como assessor do ex-presidente. O segundo-tenente do Exército recebe um salário de aproximadamente R$ 22,4 mil do governo federal. De acordo com o Portal da Transparência, são R$ 19.977,65 como militar e R$ 2.448,14 pelo cargo civil de assessor.
O assessor de Bolsonaro foi convocado a depor à PF em agosto, no mesmo dia e horário em que o ex-presidente, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e outras cinco pessoas envolvidas no escândalo das joias.
Militares resistiram a convocação de Braga Netto
Braga Netto foi convocado em meio a uma resistência de militares de alta patente. O presidente da CPI, deputado Arthur Maia (União-BA), cedeu pelo elevado número de pedidos para ouvir o general. Foram quatro requerimentos sobre isso.
O general é um dos aliados mais próximos de Bolsonaro. Nas eleições de 2022, ele foi candidato a vice-presidente, na chapa do político do PL, e também foi ministro da Casa Civil e da Defesa no governo anterior.