Montadoras veem fábricas paradas por falta de demanda e se unem a Lula na crítica ao Banco Central pelos juros altos

 "O mercado sofre com os juros elevados e a dificuldade de financiamentos", diz o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea)


12 de maio de 2023, 12:22 h

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(Foto: REUTERS/Washington Alves | Ricardo Stuckert/PR| Edilson Rodrigues/Agência Senado)

247 Montadoras de veículos instaladas no Brasil estão se unindo ao presidente Lula (PT) na critica à política monetária do Banco Central, alegando que ela não favorece a recuperação da economia brasileira. Presidido por Roberto Campos Neto, o Banco Central ignora o crescente controle sobre a inflação e mantém a taxa básica de juros em 13,75% ao ano. O Brasil tem atualmente a maior taxa de juros real do planeta. 

De acordo com reportagem do Uol, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) enfatizou que as paralisações das fábricas são uma prova contundente dos efeitos negativos dessa política, e alertou que mais paralisações e consequências graves poderão ocorrer caso os juros não sejam reduzidos. "Continuaremos a dar notícias de paralisações de fábricas ou coisas piores se os juros continuarem elevados", afirmou Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea.

De acordo com o setor, no mês de abril houve nove paralisações de fábricas provocadas por uma queda na produção de veículos. Essas paralisações continuaram em maio, com agendamentos para junho, afetando também a cadeia de fornecedores, que está enfrentando dificuldades para se ajustar à realidade de um mercado travado devido ao alto custo de financiamento. "O mercado sofre com os juros elevados e a dificuldade de financiamentos", diz Leite.

Os empresários do setor dizem que a manutenção da taxa básica de juros em 13,75% contradiz a lógica do mercado, que é oferecer linhas de crédito ao consumidor para a compra de veículos zero quilômetro. Sem essa ferramenta, as vendas no varejo não evoluem, e as montadoras estão buscando aumentar os negócios no atacado, vendendo mais veículos para empresas operadoras de mobilidade, que teve um aumento de 23% em comparação ao ano anterior. 

Além dos problemas no mercado interno, as empresas fabricantes de veículos enfrentam dificuldades nos principais mercados de exportação da América do Sul. A queda nas vendas na Argentina, Chile e Colômbia têm afetado as exportações brasileiras. 

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