Mais difícil de bloquear -. O WhatsApp lançou nesta quinta-feira (5) uma nova função que vai dificultar a ação das autoridades de todo o mundo para o bloqueio do serviço.
O WhatsApp lançou nesta quinta-feira (5) uma nova função que vai dificultar a ação das autoridades de todo o mundo para o bloqueio do serviço.
Agora, os usuários podem ter acesso a conexões via proxy diretamente no aplicativo.
Na prática, isso dificulta que instituições governamentais possam impedir ou restringir o uso, mesmo dentro das leis locais.
No Brasil e em vários outros países, o WhatsApp tem sido usado como uma das principais fontes de dispersão de notícias falsas e discurso de ódio.
Nos últimos anos, a empresa, que pertence à Meta, mesmo grupo do Facebook e Instagram, promoveu a remoção ativa desse tipo de conteúdo e até firmou acordos com a Justiça Eleitoral, para combater tais práticas.
Por outro lado, esse mesmo tipo de aplicativo, a exemplo do Telegram, também ajuda a manter pessoas informadas, quando estão em situações extremas, a exemplo da Rússia, que proibiu a mídia tradicional de se referir ao conflito com a Ucrânia como "guerra". Quem fizer menção a essa palavra ou a outra correlata está sujeito a até 13 anos de prisão.
Em nota, o WhatsApp alega que tomou essa decisão para evitar sanções como as russas e também no Irã, onde há inúmeros relatos de abusos aos direitos humanos, que eram denunciados por plataformas alternativas.
Contudo, em democracias um pouco mais essa funcionalidade pode colocar em risco o combate às notícias falsas. Isso porque, em caso de alguma ordem judicial para impedir o acesso a algum grupo de transmissão ou a alguma pessoa, bastaria usar a conexão via proxy para burlar a limitação.
O WhatsApp não explicou como vai proceder em situações como as que aconteceram no Brasil. A empresa apenas diz que a nova ferramenta será importante para garantir ainda mais privacidade aos usuários, já que as mensagens são criptografadas de ponta a ponta.
"Esperamos que em 2023 estas interrupções de internet não ocorram. Interrupções como as que vimos no Irã durante meses afetam os direitos humanos das pessoas e impedem que elas recebam ajuda. Caso essas interrupções continuem, esperamos que essa solução ajude pessoas em locais onde haja necessidade de comunicação segura e confiável", diz a empresa.
