Em uma semana, novo governo devolve a paz e a normalidade à vida do país


Balaio do Kotscho - 

Lula realiza a primeira reunião ministerial: recados foram dados - WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO
Lula realiza a primeira reunião ministerial: recados foram dados Imagem: WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO
Ricardo Kotscho  
Colunista do UOL

07/01/2023 12h48
só para assinantes


"Lula nos salvou do pior pesadelo, dando vida nova à democracia terrivelmente ameaçada por Jair Bolsonaro".

(Ascânio Seleme, ex-diretor de redação do Globo, em sua coluna de despedida publicada neste sábado.

Sábado, 7 de janeiro de 2023. Céu nublado, chuva intermitente, está frio lá fora, nada que lembre estarmos em pleno verão.

A mudança no ar que respiramos foi tão grande que me sinto vivendo em outro país sem ter saído do Brasil.

Até que foi rápido. Bastou apenas uma semana após a posse do novo governo para o país começar a voltar à normalidade, em meio aos últimos gemidos do bolsonarismo exilado em Miami, que já levantou seus acampamentos paramilitares no Brasil, deixando para trás muito estrago e algumas pessoas doentes que ainda não se conformaram com a derrota.

O velho amigo Ascânio, repórter do meu tempo, resumiu em poucas palavras, num artigo que vale a pena ser lido, o que aconteceu neste princípio de ano com a alternância no poder.

Temos agora um governo que governa, um Congresso que legisla e um Judiciário que julga, poderes independentes trabalhando em harmonia para dar início à reconstrução do Brasil, o grande desafio do terceiro mandato do presidente Lula.

A paz só não é completa ainda porque restaram alguns esbirros do antigo governo agredindo mulheres nas ruas de São Paulo e jornalistas encarregados de cobrir o desmonte dos acampamentos golpistas em Belo Horizonte e Brasília.

 Estrebucham, esperneiam, choram, mas restaram tão poucos e patéticos que não podem mais ameaçar com arruaças um país de 215 milhões de habitantes onde o Estado de Direito voltou a imperar.

Até o temido mercado já se acalmou, e encerrou a semana com o terceiro dia seguido de alta na Bolsa e queda do dólar, enquanto Lula reunia pela primeira vez seus 37 ministros, no Palácio do Planalto, para discutir os problemas reais do país, que exigem urgência nas ações e coordenação afinada na equipe.

Como esta coluna adiantou, o presidente definiu nesta reunião prazos, métodos e metas para que cada ministério apresente em duas semanas suas prioridades para atingir o grande objetivo desse governo que é diminuir as desigualdades sociais no país, com investimentos em políticas públicas, detonadas e abandonadas nos últimos anos. 

Com esses dados, o governo vai definir um plano de ação emergencial para os primeiros 100 dias.

De negativo, tivemos as primeiras dores do parto da frente ampla na composição da Esplanada, com as denúncias feitas pela imprensa contra a ministra do Turismo, Daniela Carneiro (União Brasil-RJ), por ligações com a milícia na Baixada Fluminense. 

Não é bom começar o governo deixando suspeitas no ar, dando munição para a mídia e a oposição. 

Quanto antes este caso for resolvido, melhor, como aconteceu ainda na fase de transição com nomeações polêmicas feitas por Flávio Dino no Ministério da Justiça.

Por falar nisso, desbolsonarizar as Polícias Militares é o primeiro grande desafio do ministro Flávio Dino, embora elas sejam subordinadas aos governos estaduais. 

Este tema poderá ser levado para a reunião do presidente Lula com os 27 governadores marcada para o final do mês, para evitar a repetição de casos de omissão de policiais diante de atos de violência praticados por bolsonaristas.

Foi o que aconteceu no final da tarde de sexta-feira, quando Débora Alva, 39, moradora de Higienópolis, foi covardemente agredida por quatro trogloditas que desceram de um carrão enfeitado com bandeiras nacionais, ao tentar defender senhora idosa que carregava bandeira do PT na calçada.

Tudo foi filmado por um morador da vizinhança, mas os bolsonaristas aloprados não se importaram com isso, nem os policiais militares que estavam passando pelo local e a tudo assistiram, impávidos, sem fazer nada, sequer identificar o agressor.

Agressores e policiais deveriam ser igualmente investigados e punidos, já que se tornaram cúmplices na violência contra a mulher

Do contrário, as sequelas do bolsonarismo continuarão ameaçando a saúde da nossa democracia.

Vida que segue.

https://noticias.uol.com.br/colunas/balaio-do-kotscho/2023/01/07/em-1-semana-pais-volta-a-normalidade-em-meio-aos-esbirros-do-bolsonarismo.htm

Postagens mais visitadas deste blog