Tite escala mal, mexe ainda pior e Brasil cai nos pênalti


Vitor Guedes - 

09/12/2022 14h47

Atualizada em 09/12/2022 15h38

1) Desde o pentacampeonato, conquistado em 2002, o Brasil perdeu 100% dos mata-matas contra europeus: em 2006, a seleção perdeu para a França, nas quartas; em 2010, perdeu para a Holanda, nas quartas; em 2014, teve o eterno 7 a 1 para a Alemanha, na semifinal; em 2018, o Brasil perdeu para a Bélgica, na quartas... Em nenhum desses confrontos, o Brasil era mais favorito do que era contra a envelhecida Croácia.

2) Neymar teve aos seus pés a grande chance de decidir o jogo aos 10 minutos do segundo tempo do tempo regulamentar, após receber um passe açucarado de Richarlison, mas chutou em cima de Livakovic. Na segunda oportunidade, já na prorrogação, decidiu com um golaço! E salvou o Brasil e Tite. Neymar não vinha fazendo uma grande Copa nem um grande jogo até marcar o gol brasileiro contra a Croácia.

3) A convocação desequilibrada de Tite, aberração de Daniel Tantã Alves incluso, obrigou a improvisação nas duas laterais. E com Militão, na direita, e Danilo, na esquerda, o Brasil não teve desafogo ofensivo pelas laterais. E nem assim o "lateral construtor" (é cada cascata que a turma do oba-oba passa-panista compra que dá vergonha alheia) foi opção para mudar o ritmo da prosa. Alex Sandro, que fazia ótima Copa até se machucar, entrou só no segundo tempo da prorrogação. E o gol croata surgiu do outro lado.

4) Rodrygo é muito mais jogador e vive fase melhor do que Raphinha. Deveria ter começado o jogo. E, quando Tite mexeu, com 55 minutos de atraso, era Rodrygo e não Antony que deveria ter entrado no lugar de Raphinha. O tal do "ciclo" e o "processo" não servem para absolutamente nada! A única coisa que importa no Mundial é o desempenho no Mundial, como é óbvio desde 1930! Tite repetiu com Raphinha o mesmo erro que cometeu com Gabriel Jesus em 2018. Foi um erro não ter escalado Rodrygo de início, foi um erro maior não colocá-lo no lugar de Raphinha e uma aberração completa ter tirado Vinícius Júnior, o jogador mais perigoso do Brasil na partida, para colocar Rodrygo. Vini Jr não era nunca o jogador a ser sacado. Armagedon completo!

5) Pedro bateu bem a penalidade, mas não aproveitou a chance de entrar no lugar de Richarlyson. Não era jogo para tirar o artilheiro do Brasil no Qatar.

6) Com Neymar jogando mais como atacante do que como meia, Casemiro e Paquetá tiveram dificuldade no setor mais forte da Croácia: em o trio Brozovic, Kovacic e Modric aproveitou a superioridade numérica para trocar passes e tirar a velocidade do jogo. Era jogo para acelerar e vencer nos 90 minutos!

7) Paquetá é versátil, útil, bom jogador... Mas não tem bola para ser o único responsável pela armação brasileira. Sem "laterais construtores" e com Neymar funcionando muito mais como meia-atacante do que como distribuidor, o Brasil ficou acéfalo no setor criativo.

8) Matheus Bachi, o filho de Tite, ser flagrado dando instruções para os atletas antes das alterações tem muito mais a ver com nepotismo do que com meritocracia. Se Tite tem currículo para dirigir o Brasil, Matheus não fez nada para ocupar o cargo de auxiliar. E isso sempre foi óbvio, claro e dito com todas as letras por quem exerce o seu trabalho com um pingo de independência.

9) Alisson não é o Taffarel. E não é, nem nunca foi, o goleiro que pega a bola do jogo. Ainda que seja um goleiro muito bom.

PS: Força, Pelé!

https://www.uol.com.br/esporte/colunas/vitor-guedes/2022/12/09/brasil-x-croacia-vitao-opina.htm

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