"pacto pela tranquilidade institucional"-Centrão já negocia como livrar Bolsonaro da cadeia

 O que eles chamam de pacto é uma espécie de chantagem: presidente ganha blindagem e desiste do discurso golpista.

A dois meses da eleição, aliados do presidente retomam articulação por PEC que blinda Bolsonaro com cargo vitalício
Aliados de Lula ouvidos pelo blog avaliam que a medida não passaria de uma concessão do Centrão para proteger o presidente e seus familiares caso Bolsonaro perca a eleição.

Por Andréia Sadi

Formada pela PUC-SP em jornalismo


26/07/2022 11h23 Atualizado há 5 horas

O presidente Jair Bolsonaro em imagem de 6 de julho no Palácio do Planalto — Foto: Adriano Machado/Reuters
1 de 1 O presidente Jair Bolsonaro em imagem de 6 de julho no Palácio do Planalto — 

Parlamentares aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL) voltaram a articular, nos últimos dias, uma proposta de emenda à Constituição que blinde todos os ex-presidentes da República para evitar que sejam alvos de prisão quando deixarem os cargos.

A proposta, que foi revelada pelo podcast "Papo de Política", da GloboNews, em meados de 2021, voltou a ganhar força agora devido ao que parlamentares chamam de preocupação do entorno do presidente Bolsonaro com o próprio chefe do Executivo e seus familiares, caso ele perca a eleição, com processos e investigações que correm na Justiça.

Segundo o blog apurou, uma das ideias é exatamente conceder uma espécie de cargo de senador vitalício aos ex-presidentes, garantindo foro privilegiado e imunidade parlamentar aos políticos.

Para justificar que a medida não beneficiaria apenas a Bolsonaro, líderes do Centrão – ligados ao presidente – afirmaram ao blog que lideranças ligadas ao MDB e também ao ex-presidente Lula (PT) seriam a favor da proposta e estariam dispostos a costurar um acordo para sua aprovação.

No entanto, na avaliação desses parlamentares ouvidos pelo blog que patrocinam a aprovação da PEC, a proposta só será aprovada antes da eleição se houver um "pacto" com o Judiciário. 

Caciques do Centrão afirmam estar preocupados com as ameaças do presidente a respeito do 7/9 e temem novo acirramento de ânimos com ministros do STF às vésperas da eleição.

Bolsonaro cumpriu 36% das promessas de campanha até agora


Por isso, como parte do que chamam de "pacto pela tranquilidade institucional", lideranças do Centrão têm conversado com integrantes dos tribunais superiores para costurar a medida – em troca, afirmam, bolsonaristas se comprometeriam também com uma trégua nos ataques ao TSE e ao STF.

Para aliados de Lula ouvidos pelo blog, no entanto, à medida que o Centrão chama de "conforto jurídico" – se aprovada – não passaria de uma concessão do Centrão ao presidente Bolsonaro e seus familiares.

https://g1.globo.com/politica/blog/andreia-sadi/post/2022/07/26/a-dois-meses-da-eleicao-aliados-do-presidente-retomam-articulacao-por-pec-que-blinda-bolsonaro-com-cargo-vitalicio.ghtml

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