Randolfe pede que Senado apure reuniões de Bolsonaro e Lindôra





Líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues, da Rede, pedirá nesta sexta-feira (29/7) que a Casa apure os encontros entre Jair Bolsonaro e Lindôra Araújo, vice-procuradora-geral da República. A agenda de encontros secretos entre Bolsonaro e Lindôra, a quem o presidente já prometeu a PGR, foi mostrada pela coluna na quinta-feira (28/7).

“Vamos pedir informações sobre essas agendas através da Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle (CTFC) do Senado”, afirmou Randolfe.


O presidente Jair Bolsonaro 

mantém desde 2020 encontros secretos com a vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo, a quem já prometeu o cargo de PGR, após a saída de Augusto Aras, em 2023, caso Bolsonaro seja reeleito. As duas primeiras reuniões entre os dois ocorreram por intermédio do ex-deputado federal Alberto Fraga, que levou Lindôra ao Palácio da Alvorada para apresentá-la ao presidente – à época, ela era coordenadora da Assessoria Jurídica Criminal da PGR.

Na primeira ocasião, Fraga atendeu a uma solicitação de Bolsonaro, que pediu ao ex-deputado para conversar com a vice-PGR. O presidente sabia da boa relação dela com Aras, mas ainda não tivera a oportunidade de conversar a sós com a subprocuradora. Na época, Lindôra tinha a prerrogativa de atuar em processos que tramitam no Superior Tribunal de Justiça. Conduzia, portanto, os inquéritos criminais de governadores de estado, tanto aliados quanto adversários de Bolsonaro.

O presidente estava naquele momento ávido por informações sobre suspeitas e inquéritos instaurados contra Wilson Witzel e João Doria, respectivamente os governadores do Rio de Janeiro e de São Paulo na ocasião. Mas não era só esse o objetivo de Bolsonaro quando pediu a Fraga que providenciasse o encontro.

Em 4 de abril de 2022, tornou-se vice-procuradora geral da República na gestão de Augusto Aras

Lindôra Araújo é considerada uma das servidoras mais conservadoras da PGR

Formada em direito pela UFRS, ela ingressou no Ministério Público Federal como procuradora da República em 1984

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Foi diretora-geral da Escola Superior do Ministério Público Federal e representou a instituição no STJ

Em janeiro de 2020, após a saída de José Adonis do cargo de coordenador do grupo de trabalho da Operação Lava Jato, Lindôra foi nomeada coordenadora. No entanto, mais tarde, no mesmo ano, entrou em atrito com a força-tarefa

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Após a dissolução da Lava Jato, Lindôra passou a coordenar o Grupo de Trabalho para Operações Criminais no Supremo Tribunal Federal

Em 4 de abril de 2022, tornou-se vice-procuradora geral da República na gestão de Augusto Aras

Lindôra Araújo é considerada uma das servidoras mais conservadoras da PGR


Diferentes interlocutores do presidente que trabalhavam para que ele indicasse Aras ao Supremo Tribunal Federal, em uma das duas vagas que abririam para o tribunal, com a aposentadoria de Celso de Mello, em 2020, e de Marco Aurélio Mello, em 2021, sugeriam que Lindôra fosse a escolhida para substituir o atual PGR.

O próprio Augusto Aras indicara sua então assessora criminal. Mas o presidente sempre expressava desconforto em ter uma mulher nessa posição. Dizia não acreditar que mulheres tivessem as características necessárias para ocupar a PGR. Diante da insistência no nome de Lindôra Araújo — inclusive de seu filho mais velho, Flávio Bolsonaro —, o presidente pediu a reunião.

No dia do primeiro encontro, quando a subprocuradora e Alberto Fraga chegaram ao Palácio do Alvorada, Lindôra estava nervosa. Fraga sugeriu ficar do lado de fora e não entrar com ela na biblioteca do Alvorada, onde Bolsonaro a esperava. O ex-deputado insistiu, e ela entrou sozinha.

https://www.metropoles.com/colunas/guilherme-amado/bolsonaro-mantem-encontros-secretos-com-lindora-a-quem-prometeu-pgr

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