TCU segura dinheiro de kits de robótica – O Bastidor

Publicada em 30/07/2022
Empresa disse que está em dificuldades financeiras, mas ministros ignoraram Foto: Divulgação/Megalic

Os ministros do Tribunal de Contas da União (TCU) negaram por unanimidade um recurso da empresa Megalic para liberar parte dos pagamentos pelo fornecimento de kits de robótica a municípios de Alagoas e Pernambuco. 

As prefeituras compraram os equipamentos com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

A decisão foi tomada na quarta-feira, 27.

 No pedido, a empresa alega que está em dificuldades financeiras por não ter recebido os recursos esperados. Em junho, a Corte determinou a suspensão dos pagamentos para a Megalic.

O TCU investiga suspeita de superfaturamento dos kits vendidos pela Megalic. 

Os equipamentos são usados para ensinar programação a crianças e adolescentes em escolas públicas.

 Cada kit foi vendido a R$ 176 mil. 

A maior parte deles foi adquirida por meio de emendas RP9, do chamado "orçamento secreto".

Os ministros do TCU querem saber a origem da base de cálculo que justificaria esse pagamento. 

O pedido de investigação foi encaminhado por um grupo de parlamentares, encabeçado por Alessandro Vieira.

O FNDE e a Megalic foram chamados para explicar essa base de cálculo. Segundo a decisão, até o momento nenhum documento comprovou o valor. Os kits são compostos de peças de plástico e pequenos motores, sensores e placas rudimentares, que servem para montagem em sala de aula. 

Também estão inclusos o material didático e o treinamento básico para os professores.

As prefeituras que fizeram a compra dos kits já encaminharam explicações. 

Agora, os técnicos do TCU devem fazer a análise dos documentos para descobrir se houve o superfaturamento.

Bastidor já mostrou que a origem do relacionamento da Megalic com o FNDE, a respeito dos kits de robótica, começou com uma licitação de 2018, para a formação de preços.

 A empresa foi uma das classificadas para fornecer os equipamentos, mesmo com outras concorrentes garantindo opções mais baratas. 

Até hoje, o FNDE não se posicionou sobre o tema.

O dono da Megalic, Edmundo Catunda, mantém relacionamento próximo a vários políticos de Alagoas, entre eles o presidente da Câmara, Arthur Lira, um dos responsáveis pelas emendas que geraram os contratos da empresa com as prefeituras.

https://obastidor.com.br/justica/tcu-segura-dinheiro-de-kits-de-robotica-3793

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