Doação de leite materno atende apenas 55% dos prematuros no Brasil - Mesmo sendo referência mundial, Bancos de Leite Humano precisam de reforço. Ministério da Saúde promove campanha para estimular as doadoras



 O Brasil é referência mundial em doação de leite materno. O país tem a maior e mais complexa rede de bancos de leite humano do mundo. São 225 bancos de leite presentes em todas as unidades federativas e 219 postos de coleta. E mesmo em meio à pandemia da Covid-19, no ano passado houve crescimento na coleta. Contudo, nem todas são boas notícias: a doação ainda é baixa em relação à demanda.


De acordo com o Ministério da Saúde, de janeiro a dezembro de 2021, foram distribuídos 168 mil litros, o que beneficiou 237 mil recém-nascidos. Apesar disso, o número representa apenas 55% da real necessidade no Brasil. Vale considerar ainda que, nos últimos anos, as taxas de prematuridade no país cresceram – foram de 11% em 2018 para 11,1% em 2019, 11,3% em 2020 e 11,5% em 2021, conforme dados do Sistema de Monitoramento de Nascidos Vivos.


A doação de leite humano é um importante ato que traz benefícios aos bebês prematuros ou de baixo peso que estão internados em Unidades Neonatais brasileiras e não podem ser amamentados pela própria mãe. As chances de recuperação nesses casos são muito maiores e, consequentemente, de uma vida mais saudável se essa alimentação for possibilitada.


Com o leite materno, o bebê prematuro ganha peso mais rápido, se desenvolve com mais saúde e fica protegido de infecções, por exemplo. 

Para incentivar o ato que pode, literalmente, salvar vidas, o Ministério da Saúde promove a Campanha Nacional de Doação de Leite Humano de 2022. A ação lembra que não é necessário que as lactantes tenham leite “sobrando” ou que precisem encher vários frascos para fazer a doação, cerca de 200 mililitros já podem alimentar até 10 recém-nascidos. Dessa forma, qualquer quantidade pode ser crucial.


A meta para 2022 é ampliar em 5% a oferta de leite materno a recém-nascidos internados nas unidades neonatais do país.


O controle de qualidade do leite humano coletado é rigoroso. São verificadas a embalagem, presença de sujidades, cor, ausência de odores e acidez. Todo transporte é feito em caixas isotérmicas com gelo reciclável e controle de temperatura.


Além dos benefícios para os bebês, a doação de leite humano representa uma importante economia de recursos com a diminuição da necessidade de compra de fórmulas infantis para recém-nascidos prematuros nas maternidades do Sistema Único de Saúde (SUS) e com a redução do tempo de internação. 















Em 19 de maio, o Brasil celebra o Dia Nacional de Doação de Leite Humano e, anualmente, o Ministério da Saúde promove campanha alusiva ao ato, em parceria com a Rede Global de Bancos de Leite Humano (rBLH), liderada no Brasil pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a fim de estimular a doação, mobilizar população, gestores, profissionais de saúde e mulheres que amamentam para a importância da ação.

A campanha é reverberada em todo o Brasil pelos estados, especialmente pelos Bancos de Leite Humano, ao longo de todo o ano. 
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