Instituto de Pesquisas Tecnológicas inicia estudo para mapear águas subterrâneas no Alto Tietê

 

Mapeamento de águas subterrâneas pode ajudar no abastecimento de propriedades rurais no Alto Tietê  — Foto: Reprodução/TV Diário
1 de 1 Mapeamento de águas subterrâneas pode ajudar no abastecimento de propriedades rurais no Alto Tietê — Foto: Reprodução/TV Diário

As mudanças climáticas e seus impactos na agricultura estão entre os pontos que serão debatidos por especialistas nesta quinta-feira (2) no seminário “Sustentabilidade, Desastres Urbanos e Risco Climático”. O evento teve início na quarta-feira (1º), quando tratou dos impactos do aquecimento global na habitação, principalmente em áreas de risco.

O levantamento foi encomendado pelo Consórcio de Desenvolvimento dos Municípios do Alto Tietê (Condemat). O custo de R$ 1,5 milhão é coberto com recursos do Fundo Estadual de Recursos Hídricos (Fehidro).

A coordenadora da Câmara Técnica de Gestão Ambiental e Sustentabilidade do Condemat, Solange Wuo Franco, destaca que o levantamento é inédito na região e vai beneficiar os agricultores. “São estudos para identificação da disponibilidade hídrica subterrânea com vistas à redução de água superficial. A água superficial é a mais escassa e não há segurança hídrica. Estamos fechando o verão com um valor não tão satisfatório das represas, vamos entrar na estiagem. Não fechamos mal como em anos anteriores, mas não é excelente. Nossos agricultores dependem da água superficial”, explica a coordenadora.

Solange Wuo detalha que a água subterrânea são aquíferos e rios subterrâneos. O estudo vai mostrar o quanto existe de água desse tipo na região e em quais profundidades.

Etapas

Solange Wuo afirma que o estudo será feito em áreas de proteção de mananciais do Alto Tietê Cabeceiras, nos municípios de SalesópolisBiritiba-MirimMogi das Cruzes e Suzano.

A primeira etapa é uma ampla pesquisa do relevo geográfico, usando mapas, dados de pesquisas e de bibliografia, dados de chuvas, do Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) e da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati) da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento.

“O diferencial do projeto é que tem um grupo de apoio que o Condemat formou com sindicatos rurais, Cati e entidades agrícolas para realmente ter uma participação com ações. Já tivemos quatro reuniões de planejamento com o IPT. Depois de levantada essa pesquisa, vamos eleger as bacias prioritárias e isso tem como diretriz onde realmente a agricultura está bem implantada para dar um retorno para isso. As bacias críticas serão eleitas onde existe o uso acentuado por esse tipo de atividade.” Segundo Solange Wuo, essa parte da pesquisa está sendo finalizada.

Ela aponta ainda que o projeto também será uma ferramenta para avaliar o conflito pelo uso da água. “Na crise hídrica em 2014, os agricultores eram os primeiros a ter água cortada que tinha que ir para abastecimento.”

A coordenadora informou também que a meta é cadastrar 500 agricultores para o estudo para entender a dinâmica do uso da água e a importância da disponibilidade hídrica subterrânea. “E propor políticas públicas para esse uso. Essa é a questão: promover usos para essas águas e como explorar isso.”

Solange detalha que a política pública de exploração das águas subterrâneas será feita pelo DAEE e Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento. Solange Wuo ressalta ainda que a identificação dos locais onde existe a disponibilidade de águas subterrâneas vai permitir a redução do uso das águas superficiais utilizadas na atividade agrícola.

Crise Climática

A coordenadora da Câmara Técnica de Gestão Ambiental e Sustentabilidade do Condemat, Solange Wuo Franco, observa que o estudo também será importante por conta da instabilidade das chuvas. Elas ajudam, por exemplo, a reforçar o estoque de águas superficiais acumulado nos reservatórios que compõem o Sistema Produtor Alto Tietê (Spat).

“Chuva histórica se desenhava em um cenário de 50 anos. E demorava 10, 15 anos para ter chuva reduzida. Agora não dá para saber. Porque em um ano chove e no outro não chove. Insegurança total e não consegue prever seca. Por exemplo, 2015, teve seca e vamos nos preocupar só em 2025. Mas não é assim. Nesse verão já teve insegurança”, explica Solange.




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https://g1.globo.com/sp/mogi-das-cruzes-suzano/noticia/2022/06/02/estudo-vai-mapear-aguas-subterraneas-no-alto-tiete.ghtml

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