Bolsonaro quer guerra contra Barroso e TSE
Nonato Viegas
O presidente Jair Bolsonaro entendeu a fala do presidente do Tribunal Superior Eleitoral, o ministro Roberto Barroso, na abertura dos trabalhos da corte, como uma declaração de guerra.
E gostou.
A auxiliares, Bolsonaro admitiu que seu "adversário mordeu a isca" e, ao acusá-lo de vazar dados sigilosos das urnas eletrônicas, além de chamá-lo para briga, lhe dá razão sobre a pouca confiabilidade das eleições.
Para o presidente, sendo também ministro do Supremo Tribunal Federal, Barroso admite publicamente já ter formado juízo sobre sua fala antes de ter formalmente encerrada a investigação, demonstrando, assim, sua parcialidade.
Barroso disse:
“Tudo aqui é transparente, mas sem ingenuidades. Sempre lembrando que informações sigilosas que foram fornecidas à Polícia Federal para auxiliar uma investigação foram vazadas pelo próprio presidente da República em redes sociais, divulgando dados que auxiliam milícias digitais e hackers de todo o mundo que queiram tentar invadir nossos equipamentos."
Em seguida, o ministro complementou:
"O presidente da República vazou a estrutura interna da TI [tecnologia da informação] do Tribunal Superior Eleitoral."
Bolsonaro, ainda segundo auxiliares, entendeu a fala como uma admissão de que falta transparência ao TSE.
Sua avaliação é de que ganhou argumentos contra a confiabilidade das urnas, abrindo caminho para questionar a lisura das eleições em outubro deste ano.
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