Transparência Internacional quer que Aras se afaste de Bolsonaro
Samuel Nunes
Foto: José Cruz/Agência Brasil
O alinhamento de Augusto Aras com o governo Bolsonaro é considerado preocupante pela ONG Transparência Internacional.
A entidade divulgou relatório nesta terça-feira, 27, em que aponta a piora do Brasil no ranking internacional de corrupção, que analisou 180 países.
O grupo pede que o procurador-geral da República se afaste do presidente.
Para a entidade, “o alinhamento injustificado da PGR com o governo de Bolsonaro, e a consequente neutralização de um eixo legal para a responsabilização do presidente, aumenta a pressão sobre o sistema brasileiro de freios e contrapesos, já prejudicado, em seu eixo político, pela associação da Presidência com a liderança da Câmara dos Deputados e o esquema de ‘orçamento secreto’”.
A Transparência Internacional considera que há riscos no andamento de processos relacionados às denúncias de corrupção e outros desvios, desvendados pela CPI da Covid.
Alguns dos casos envolvem diretamente o presidente da República, que foi apontado por nove crimes, incluindo prevaricação.
A ONG também cita que Aras contribuiu negativamente para o combate à corrupção, ao extinguir as forças-tarefa, como a Lava Jato e a que era dedicada à Operação Greenfield.
A Transparência Internacional avalia que o novo modelo, com a implementação de Gaecos no MPF não é suficiente para abarcar apurações gigantescas como essas duas operações e outros casos.
O grupo defende que Aras retome as forças-tarefa e mantenha a atuação dos Gaecos federais. Dessa forma, acredita que é possível ampliar o trabalho de luta contra a macrocorrupção no Brasil.
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