Mantega: "Lula não tem um Posto Ipiranga, o Posto Ipiranga é o Lula"



 247 - Ministro da Fazenda mais longevo da história, Guido Mantega concedeu entrevista à Veja na qual afirma que o ex-presidente Lula (PT), favorito para voltar à Presidência da República, acompanhará de perto a política econômica de seu eventual terceiro governo. 

Ele não fará, disse Mantega, como Jair Bolsonaro (PL), que joga a Economia na mão de seu ministro, Paulo Guedes, e sai para fazer motociatas e andar de jet ski. 

Além disso, garantiu o ex-ministro, o mercado não precisa ter medo da volta do PT ao poder.

Segundo Mantega, "Lula não tem um Posto Ipiranga, o Posto Ipiranga é o Lula". 

"O Bolsonaro não sabe de nada. Não entende nada. E o Posto Ipiranga, o ministro Paulo Guedes, sabe menos de economia ainda. O Lula entende muito de economia. Ele já vivenciou tudo. Jamais iria deixar de se dedicar a assuntos da economia para, por exemplo, fazer uma motociata ou passear de jet ski". 

O ex-ministro negou que terá influência na escolha do próximo ministro da Fazenda - ou da Economia - de Lula e contou quais são os economistas que hoje aconselham o ex-presidente: Aloizio Mercadante, Ricardo Carneiro, o Guilherme Mello e Nelson Barbosa. 

Questionado sobre a necessidade de uma nova "Carta ao Povo Brasileiro", Mantega afirmou que todos já conhecem Lula e o PT e que um novo gesto neste sentido não é necessário. O ex-ministro ainda falou que o mercado não precisa temer a volta de Lula. "Eu não vejo razão para o mercado temer o Lula. Nós fizemos muito por eles. O Lula foi sábio porque conseguiu formar um consenso social em que todos se favoreceram. Agora, para que isso volte a acontecer, a economia tem de crescer. Não se pode dividir a miséria, mas gerar riqueza para depois distribuí-la".

Para o ex-chefe da Economia, até mesmo a possível aliança de Lula com o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (sem partido) reforça o caráter equilibrado de Lula: "é uma sinalização para o centro"

. Sobre reformas, Mantega disse ser a favor, até mesmo da trabalhista, mas não a atual, que "não é boa. Não se pode precarizar o trabalho simplesmente. A reforma trabalhista não acrescentou nada ao emprego". Ele disse que o PT tem sim plano para uma reforma tributária, sempre com foco em promover a igualdade. 

"Nós queremos fazer uma reforma tributária, porque temos o perfeito conhecimento de que a nossa estrutura tributária é complexa e que ICMS, PIS e Cofins são péssimos tributos. O governo Lula fez muitas reformas. Reformou, por exemplo, as regras de aposentadoria do servidor público. O PT não é contra as reformas. O que queremos é uma reforma que mexa com a tributação sobre lucro e patrimônio, porque o Brasil é um dos países que menos tributa patrimônio. Há um desequilíbrio". 

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