A estratégia de Ciro Nogueira sobre o Orçamento. -. O chefe da Casa Civil quer que o desconforto sobre o ego do ministro da Economia seja grande o suficiente para que Guedes jogue a toalha e saia



Nonato Viegas
nonato.viegas@obastidor.com.br
Publicada em 25/01/2022 às 10:28

A escolha por Ciro Nogueira (Casa Civil) de seu secretário especial de Relações Governamentais, Bruno Grossi de Souza, para tutelar as decisões do Ministério da Economia sobre o orçamento cumpre duas funções.


Uma delas é causar desconforto ao ministro Paulo Guedes (Economia), que o PP, chefiado por Nogueira, quer ver longe da pasta não é de hoje. Como mostrou o Bastidor, o antigo Posto Ipiranga terá de se submeter a autorização de alguém que não tem status e ministro.


Arthur Lira, presidente da Câmara e filiado ao partido de Nogueira, chegou a liderar no ano passado uma frente parlamentar informal para enfraquecer o ministro da Economia. Por fim, para se manter no cargo, Guedes precisou da ajuda de seus adversários.


O chefe da Casa Civil quer que o desconforto sobre o ego do ministro da Economia seja grande o suficiente para que Guedes jogue a toalha e saia.


A outra função da decisão de Nogueira diz respeito ao servidor escolhido. Grossi é ligado ao ex-secretário-geral da Presidência da República e, hoje, ministro do Tribunal de Contas da União, Jorge Oliveira, um amigo de longa data de Bolsonaro.


Com o servidor e sua reconhecida experiência técnica no Orçamento, Nogueira quer garantir a digital do presidente Jair Bolsonaro em todas as decisões que a Casa Civil tomar por meio de Grossi.


Ciro Nogueira quer evitar acusações, que virão de Paulo Guedes, do mercado ou mesmo de parlamentares insatisfeitos, de que o centrão tomou de assalto a política econômica. Para todos os efeitos, a assinatura de Grossi, além de técnica, é de alguém de confiança do presidente da República. 
https://obastidor.com.br/politica/a-estrategia-de-ciro-nogueira-sobre-o-orcamento-2520

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