'Meteoro brilhante estava a pelo menos 72 mil km/h', diz astrônomo - O astrônomo Marcelo Zurita, da ONG Rede Brasileira de Observação de Meteoros (Bramon), falou à CNN, nesta quinta-feira (16), sobre o meteoro brilhante que foi visto no céu do Nordeste. De acordo com a ONG, análises preliminares mostram que o fenômeno passou pelas cidades de Princesa Isabel, na Paraíba, e Carnaíba, em Pernambuco. A partir daí, seguiu na direção sudeste e desapareceu no céu ao sul do município pernambucano de Arcoverde.
De acordo com o pesquisador, embora o evento astronômico seja corriqueiro, é mais raro na intensidade na quam foi observada por alguns moradores de Pernambuco, Paraíba, Ceará e Bahia.
"Tão brilhante assim é um pouco mais raro. Acreditamos que uns 15 ocorreram anualmente na Terra", estimou Zurita.
O astrônomo explicou meteoros do tipo são os mesmos que, popularmente, são chamados de estrelas cadentes, mas destacou: "Só que sabemos que eles não têm nada a ver com estrelas. Na ciência, conhecemos como meteoros ou bólidos, que é um meteoro muito intenso que chega de forma explosiva".
Ele detalhou o que gera esse tipo de evento astronômico. "É um fenômeno que ocorre bem corriqueiramente quando um fragmento de rocha espacial penetra a atmosfera da Terra. Como está em uma velocidade muito alta, acaba aquecendo os gases atmosféricos e gerando esse fenômeno luminoso", esclareceu ele, que lembrou que, apesar de "bastante comum, é difícil ser visto neste porte".
Zurita ainda descreveu que, durante a passagem do bólido, "grande parte do material original é perdido, pois acaba sendo vaporizado".
Com isso, esses meteoros dificilmente atingem o solo de forma a causar algum perigo. "Existe uma chance de que uma parte desse meteoroide resista e acabe chegando ao solo, que é quando chamamos de meteorito, mas na maioria das vezes não atingem o solo", esclareceu.
"Isso porque o aquecimento nessa passagem atmosférica é tão grande que acaba queimando o material. Todo o fragmento acaba sendo vaporizado. Na maioria das vezes, ele vai cair no solo como uma poeirinha mesmo – o que acreditamos que seja esse o caso", acrescentou.
Ainda assim, quanto maior o objeto, mais luminoso ele vai ser. Outro fator que conta para a intensidade do clarão é a velocidade, segundo o astrônomo, que, neste evento, foi "muito elevada".
"Nesse caso, ele foi brilhante porque também foi bastante veloz. A gente ainda está trabalhando nesses dados, mas a velocidade dele foi superior a 20 km por segundo, o que dá uns 72 mil km/h", informou ele.
Chuva de meteoros
O especialista afirmou que é difícil prever a entrada de bólidos do tipo na atmosfera terrestre. O que é possível antecipar, segundo ele, é o melhor momento para a observação dos fenômenos.
"Temos seis ou sete grandes chuvas de meteoros que acontecem anualmente. A próxima neste ano será no final do mês de julho, que é chamada Delta Aquarídeos do Sul, e ocorre na máxima no próximo dia 29", contou ele.