Suzano completa 70 anos e vive novo momento de transformação

Quando centenas de pessoas compareceram à cerimônia de diplomação e posse do prefeito Abdo Rachid e de 13 vereadores nas dependências do único cinema local, na rua Benjamin Constant, na tarde de 2 de abril de 1949, talvez elas não imaginassem o que aquele então distrito de Mogi das Cruzes elevado à condição de município autônomo viria a se tornar no futuro. 
Nesta última terça-feira (02/04), dia em que completou 70 anos de emancipação político-administrativa, Suzano vive, tal qual aquela época, um novo momento de transformação e de fortalecimento de sua identidade e de seu papel como uma das cidades mais importantes do Estado de São Paulo.
De assentamento de fazendeiros e mineradores em busca de ouro a povoado que vivia da venda de lenha e de carvão para a ferrovia. 
De vilarejo de comerciantes e agricultores a município de pujante desenvolvimento industrial e crescente geração de riqueza e arrecadação de impostos. 
Foram várias as facetas de Suzano ao longo do tempo, mas o potencial sempre foi evidente, principalmente quando sua população decidiu que poderia caminhar com as próprias pernas, de forma independente, como uma cidade que estava destinada a grandes realizações.
O prefeito Rodrigo Ashiuchi disse que, no entanto, em um passado mais recente, o município não avançou como deveria e se esperava.
Hoje a cidade está unida para sua reconstrução. Não só nos aspectos estruturais, econômicos e sociais, mas também emocionais e de família, de resgate da autoestima. 
O chefe do Executivo suzanense destacou o orgulho e a honra de estar à frente da administração municipal, sendo que muita coisa está sendo realizada e muito ainda precisa ser feito, na alegria e na tristeza, para que assim Suzano esteja sempre avante e o suzanense possa ter orgulho de onde vive.
Para o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Geração de Emprego, André Loducca, a cidade se encontra hoje menos à mercê do mercado e sente menos as oscilações da economia, com muitas opções à disposição na indústria, no comércio e na prestação de serviços, setores que vêm se apresentando fortes há tempos.
Loducca comentou que ao longo dos anos, com a expansão da zona leste de São Paulo e em razão de estar bem localizada, Suzano deixou para trás o aspecto interiorano e se tornou uma cidade de economia mista. 
O secretário acredita que esse crescimento precisa ser convertido no desenvolvimento das pessoas, com foco na formação de mão de obra qualificada e em proporcionar cada vez mais uma melhor qualidade de vida.
Números
Suzano tem um território de 206,2 quilômetros quadrados e uma população estimada em 290,7 mil habitantes. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Produto Interno Bruto (PIB) registrado em 2014 foi de R$ 10,13 bilhões, o que representa um PIB per capita de R$ 35,8 mil. Dados da Secretaria Municipal Desenvolvimento Econômico e Geração de Emprego também mostram que a cidade possui 3,7 mil estabelecimentos comerciais, 4 mil prestadores de serviços, 687 indústrias de transformação e 417 produtores rurais.
Origens da cidade remontam ao final do século 17
As origens de Suzano remontam ao final do século 17 e estão distantes do atual centro da cidade, na região do Baruel – nome de uma das primeiras famílias que se instalaram no que seria hoje o distrito de Palmeiras. De acordo com os registros da Secretaria Municipal de Cultura, o fato preponderante na sua história foi quando o povoado de mineradores atraídos pelos veios de ouro daquela localidade e de proprietários de terras vindos de São Paulo recebeu a construção da Capela de Nossa Senhora da Piedade de Taiaçupeba, por volta de 1720.
Foi justamente esse nome que acabou batizando muitos anos depois a primeira estação de trem. Em 1875, foi inaugurada a ligação ferroviária entre São Paulo e Mogi das Cruzes, construída pela companhia Central do Brasil, principalmente para o escoamento da produção de café. E no meio desse trajeto havia a Parada Piedade, na região conhecida como Campos de Mirambava, entre os rios Guaió e Taiaçupeba, vilarejo dedicado a olarias, lavoura e produção de madeira.
Tratava-se de um ponto para reabastecimento das locomotivas com lenhas e carvão. Ainda segundo os registros da prefeitura, somente viria a embarcar passageiros em 1891, pouco depois de a localidade ter recebido do governo federal a aprovação do projeto de arruamento do centro e ser rebatizada de Vila da Concórdia. Mas o nome não permaneceria por muito tempo. Joaquim Augusto Suzano Brandão, engenheiro da Central do Brasil responsável pela reconstrução da estação, de madeira para alvenaria, em 1894, viria a ser homenageado pela comunidade, dando seu sobrenome à estação, em 1907, e ao povoado um ano depois.
A constatação do crescimento não seria apenas com a ampliação do comércio e com o aumento do fluxo dos trens transportando mais passageiros, mas principalmente quando o governo do Estado publicou lei elevando a vila à condição de distrito de Mogi das Cruzes, no final de 1919. A partir daí vieram as vinícolas e as fábricas de tecelagem e a agricultura se expandiu. O desenvolvimento chegou ao ponto de os moradores começarem a cogitar, décadas depois, a independência de Suzano.
O movimento ganhou força e culminou em um plebiscito em 1948, ocasião em que os eleitores decidiram pela separação. Com o resultado, no final daquele mesmo ano, uma lei estadual foi aprovada garantindo a instalação de Suzano como município autônomo. De acordo com dados da Secretaria de Cultura, em 13 de março de 1949 foi realizada a eleição, que definiu Abdo Rachid como prefeito e outros 13 candidatos como vereadores, que seriam diplomados e tomariam posse menos de um mês depois, em 2 de abril.
Memória
Os registros textuais, documentais e fotográficos de Suzano terão um local para serem consultados pelo público de forma fácil e rápida em breve. Trata-se do portal “Memória e Futuro Suzano”, que estará acessível pela Internet a partir de maio deste ano e terá um perfil colaborativo, para que as pessoas possam contribuir nessa permanente construção.
Segundo o secretário municipal de Cultura, Geraldo Garippo, a intenção é que a iniciativa esteja vinculada ao futuro Casarão da Memória, espaço dedicado à história da cidade que deve ser inaugurado ainda neste semestre, na antiga residência da família Marques Figueira, na região central. 
O chefe da pasta pontuou o desejo de que esse portal seja construído a partir de uma série de relatos, ou seja, a intenção é que as pessoas participem, consultem e interajam. 
Essa iniciativa vem em um momento especial, importante, pois Suzano respira novos ares e vive superando desafios.

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