Suzano - ‘Fica claro que eles tinham vidas com pouca presença humana’, afirma psicólogo sobre atiradores de Suzano - Fica claro que eles tinham vidas com pouca presença humana. Imaginem a solidão de cada um deles para procurar em jogos virtuais companhia, interação e, principalmente, excitação”, disse o doutor, comentando sobre o fato de os dois jovens frequentarem lan houses para jogar online.

 
Jacob Goldberg, doutor em psicologia, esteve no Morning Show desta quinta (14) para comentar sobre o massacre em Suzano, que deixou oito mortos e 11 feridos após dois jovens atirarem contra funcionários e estudantes de uma escola estadual na quarta-feira (13).
Por Jovem Pan

Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, 25, suicidaram-se após o ataque. Para Goldberg, as atitudes de ambos, até chegar o momento de matar outras pessoas, refletiam solidão extrema.

“A avó de um deles morreu faz três meses, a mãe do outro disse que eles pouco conversavam. Fica claro que eles tinham vidas com pouca presença humana. Imaginem a solidão de cada um deles para procurar em jogos virtuais companhia, interação e, principalmente, excitação”, disse o doutor, comentando sobre o fato de os dois jovens frequentarem lan houses para jogar online.

Entretanto, o psicólogo não credita nos games a responsabilidade dos crimes, tampouco em bullying sofrido por eles.

“Eu não acho que exista relação simples entre problemas sociais e ocorrência de crimes, isso é simplificar muito. (…) Toda relação social é um jogo, nós neste estúdio estamos num jogo, o ouvinte também, pois estabelecemos algumas regras de relacionamento. O que acontece nos games é que frequentemente eles são estabelecidos em um código de antiética, o herói é o bandido”, explicou.

“Nós estamos trabalhando com mentes criminosas e doentias. É preciso também muita cautela em relacionar com bullying porque senão acabamos justificando ou atenuando o fato”, acrescentou.
Por fim, o psicólogo faz um pedido de reflexão para a sociedade que teme que essas tragédias continuem acontecendo.

“Será que não está na hora do Brasil fazer um momento de reflexão mais amplo em cima dessa desgraça? Será que não é hora de nós todos, pais, educadores, todas as pessoas imaginarem-se em cima dos corpos desses jovens [e ver] que o Brasil precisa baixar a bola no sentido dessa guerra que divide e fragmenta a nação em dois lados que impiedosa e cruelmente se acusam o dia inteiro? Em que medida isso também não faz mal? Eu, como psicólogo, digo, faz mal sim. Elevar a voz e enxergar no seu adversário um inimigo cria ondas que podem levar a tragédia”, afirmou Goldberg.

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