SP vai decretar estado de emergência em bairros atingidos por temporal
A Prefeitura de São Paulo vai decretar estado de emergência nas áreas
mais atingidas pelo temporal de ontem (11). Segundo o prefeito Bruno
Covas, está sendo elaborado um mapa das regiões que mais sofreram com os
alagamentos para que seja editado o decreto.
“Para que as pessoas
possam se utilizar, por exemplo, do FGTS [Fundo de Garantia por Tempo de
Serviço]”, disse hoje (12), sobre os efeitos do decreto para a
população atingida.
A população afetada também pode pedir isenção do
Imposto Predial e Urbano (IPTU)
Covas esteve pela manhã no bairro do Ipiranga, um dos mais
prejudicados.
A Vila Prudente também deverá entrar em estado de
emergência. O prefeito não estava na cidade durante a tempestade. Ele
havia tirado uma licença não remunerada para tratar de assuntos pessoais
no período entre 9 a 15 de março e, após o temporal, decidiu antecipar o
retorno. Ele informou que estava em Berlim, na Alemanha.
Mortes
Na Grande São Paulo, as chuvas causaram a morte de 13 pessoas. O
secretário municipal de Segurança Urbana, José Roberto Rodrigues de
Oliveira, informou que, além daquelas, uma criança de 9 anos morreu
soterrada no Parque São Rafael, na zona leste paulistana.
Há registro de
um afogamento na Avenida do Estado, que margeia o Rio Tamanduatei, que
transbordou, totalizando duas mortes na capital.
Em Ribeirão Pires, morreram quatro pessoas. Em Embu das Artes, uma
pessoa moreu devido a um deslizamento.Três pessoas morreram em São
Caetano, dois em Santo André, um em São Bernardo do Campo, por
afogamento. Seis pessoas ficaram feridas.
A cidade de São Bernardo
declarou ontem situação de calamidade pública.
Na capital paulista, de acordo com balanço da prefeitura, foram
atendidas mais de mil famílias, até o momento. A previsão do prefeito
Covas é que 1,3 mil recebam atendimento da administração municipal.
Foram distribuídas até o momento 800 cestas básicas e 800 kits de
higiene.
Drenagem
Covas disse que a prefeitura tem investido em obras de drenagem
contra enchentes.
Segundo o prefeito, dos R$ 185 milhões previstos no
último orçamento municipal para construção de piscinões, R$ 161 milhões
já foram gastos.
De acordo com o prefeito, deixaram de ser investidos
nas obras R$ 395 milhões que fariam parte de aportes dos governos
estadual e federal.
O orçamento total previsto em 2018 para as obras de
drenagem seria de R$ 580 milhões.
Apesar da redução no volume esperado de recursos, o prefeito disse
que, desde 2017, a administração municipal entregou três piscinões para
acúmulo do excesso de água de chuva e, até 2020, vai construir mais
cinco.
De acordo com Covas, a situação ocorrida ontem foi atípica, com um
volume de chuva equivalente a um terço do previsto para todo o mês de
março – 70 milímetros em 24 horas.
“Mesmo que todos os piscinões
estivessem construídos, a gente teria os problemas que a gente teve”,
afirmou.
Edição: Maria Claudia
Por
Daniel Mello – Repórter da Agência Brasil