Pela oitava vez seguida, Copom mantém taxa básica de juros em 6,5% ao ano Foi a 1ª reunião do comitê sob o comando do novo presidente do BC, Roberto Campos Neto. Decisão foi tomada em cenário de inflação controlada e ritmo fraco de crescimento da economia.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) manteve nesta quarta-feira (20) a taxa básica de juros da economia brasileira estável em 6,5% ao ano. 
Por Alexandro Martello e Laís Lis, G1 — Brasília

A decisão foi tomada por unanimidade.
Pela oitava vez seguida, a taxa Selic segue nesse patamar, o menor da série histórica, com início em 1986.
No comunicado divulgado junto com a decisão, o Copom informou que "indicadores recentes da atividade econômica apontam ritmo aquém do esperado", apesar da economia brasileira seguir em processo de recuperação gradual.
No texto, o comitê afirma ainda que a "a continuidade do processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira é essencial para a manutenção da inflação baixa no médio e longo prazos, para a queda da taxa de juros estrutural e para a recuperação sustentável da economia".
O comunicado aponta ainda que os próximos passos da política monetária continuarão dependendo da "evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação".
A manutenção dos juros também confirmou a expectativa de grande parte dos economistas das instituições financeiras. Até o momento, a previsão é de que a taxa Selic permanecerá estável em 6,5% ao ano até o fim de 2019.

Também foi o primeiro encontro do Copom comandado pelo novo presidente do BC, Roberto Campos Neto – que tomou posse recentemente.
Na cerimônia de transmissão de cargo, na semana passada, o economista, que é neto do expoente do liberalismo Roberto Campos, afirmou que buscará manter a inflação baixa e controlada, e defendeu a autonomia formal da instituição.
Taxa Selic
Taxa Selic
considerando as datas de reunião do Copom
em %7,257,257,257,25888,58,599101010,7510,751111111111,7511,7512,7512,7513,7513,7514,2514,2514,2514,2514,2514,251414131312,2512,2511,2511,2510,2510,259,259,258,258,257,57,5776,56,56,56,56,56,56,56,56,56,5taxa de jurosout/12jan/13abr/13jul/13out/13jan/14abr/14jul/14out/14jan/15abr/15jul/15out/15jan/16abr/16jul/16out/16jan/17abr/17jul/17out/17fev/18mai/18ago/2018nov/18fev/196810121416
set/14
 taxa de juros: 11
Fonte: BC
Cenário econômico
A decisão de manter os juros estáveis foi tomada em um cenário de inflação controlada e ritmo fraco de crescimento da economia.
A principal missão do Banco Central é controlar a inflação, tendo por base o sistema de metas. Para este ano, a meta central de inflação é de 4,25%, podendo oscilar entre 2,75% a 5,75%, e, para 2020, é de 4% – com intervalo de tolerância de 2,5% e 5,5%.
Quando as estimativas para a inflação estão em linha com as metas, o BC reduz os juros; quando estão acima da trajetória esperada, a taxa Selic é elevada.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, ficou em 0,43% em fevereiro. Em doze meses até fevereiro, somou 3,89%.
O Produto Interno Bruto (PIB), por sua vez, segue em trajetória fraca de crescimento. No ano passado, a expansão ficou em 1,1%. O desempenho da economia brasileira em 2018 foi decepcionante diante das expectativas iniciais.

Juros bancários

Embora os juros básicos estejam no menor patamar da série histórica do Banco Central, as taxas cobradas pelas instituições financeiras ainda seguem em patamares elevados.
Reduzir os juros bancários é um dos desafios apontados por economistas para o próximo governo.
Dados oficiais mostram que, em janeiro, os juros bancários médios nas operações com pessoas físicas somaram para 51,4% ao ano. Em algumas modalidades, como no cheque especial e no cartão de crédito rotativo, os juros ficaram ao redor de 300% ao ano.
As altas taxas de juros, atualmente cobradas pelos bancos, inibem o consumo e também os investimentos na economia brasileira, avaliam analistas.

Rendimento da poupança

Com a nova manutenção dos juros nesta quarta-feira, o rendimento da poupança também permanece o mesmo.
Pela regra atual, em vigor desde 2012, os rendimentos da poupança estão atrelados aos juros básicos sempre que a Selic estiver abaixo de 8,5% ao ano.
Nessa situação, a correção anual das cadernetas fica limitada a um percentual equivalente a 70% da Selic – o equivalente a 4,55% ao ano, mais Taxa Referencial.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/03/20/copom-mantem-juro-basico-da-economia-estavel-novamente-em-65-ao-ano.ghtml

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