João Doria, candidato no 2º turno na disputa pelo governo de São Paulo pelo PSDB, é entrevistado pelo Diário TV - Doria obteve 31,77% e França, 21,53% dos votos no primeiro turno. Segundo turno será em 28 de outubro.

O candidato ao governo do Estado de São Paulo pelo PSDB, João Doria, foi entrevistado nesta terça-feira (16) pelo Diário TV. Doria obteve 31,77% e França, 21,53% dos votos no primeiro turno. Segundo turno será em 27 de outubro.

Márcio França, do PSB, será entrevistado pelo Diário TV no sábado (20).
Por G1 Mogi das Cruzes e Suzano

Dino Rodrigues: A gente começa falando de saúde, candidato. Uma proposta do seu plano de governo é formar uma rede entre hospitais estaduais, Santas Casas, organizações sociais de saúde, hospitais municipais e apoio aos municípios também na atenção básica à saúde, em um trabalho integrado que deixa clara as responsabilidades de cada uma. Mas os ex-governadores do PSDB, José Serra e Geraldo Alckmin já falaram aqui mesmo no Diário TV, sobre a dificuldade em conciliar todos esses serviços públicos de saúde e não chegaram em uma solução, tanto que o senhor está propondo algo no seu plano de governo. O que o senhor vai fazer diferente, já que é do PSDB, dos governos anteriores, para resolver a situação?

João Doria: Gestão, eficiência de gestão. É preciso ter padrões de gestão de modelos privados. Nós montamos um grupo de trabalho composto por diretores de hospitais privados, como Sírio Libanês, Albert Einstein e Beneficência Portuguesa, além de outros experientes profissionais da área pública para criar modelos de gestão eficientes. Por que os hospitais privados funcionam bem? Por que não dão prejuízo? Por que atendem corretamente? Porque tem recursos. O setor público tem recusos também, mas precisa melhorar os seus modelos e padrões de gestão. Por exemplo, compras de medicamento e insumos. Com três, quatro hospitais regionais, duas Santas Casas, AMEs, cada um faz as suas compra de insumo e medicamento . Quem compra pouco paga mais, quem compra mais paga menos. Por que os grandes complexos hospitalares pagam menos? Porque fazem suas compras conjuntamente de insumos, medicamentos, equipamentos, serviços de manuntenção, limpeza, segurança . É modelo de gestão e é isso que vamos colocar em prática.


Kriss Oliveira: A gente observa que as pessoas acabam indo aos hospitais em situações que o caso poderia ser resolvido na rede básica. Qual a sua proposta para que os municípios tenham condições de atender essa população para que ela não vá aos hospitais e que, o ideal, é que recebam apenas casos graves?

João Doria: Kriss você tem toda a razão. E é razoável que você descentralize o atendimento para permitir à população um atendimento muito mais rápido, mais prestativo e mais eficiente. Para isso nós temos que apoiar a rede pública municipal e ter uma ação integrada com as Prefeituras para que elas possam atender adequadamente na UBS ou na AME local as demandas feitas pela população diariamente, inclusive para as cirurgias eletivas. Que são pequenas cirurgias que podem ser feitas durante o dia e já ao final do dia a pessoa retorna e faz a convalescência na sua própria casa. Não precisa entrar em uma fila enorme, aguardando meses e às vezes até anos para conseguir ter uma cirurgia eletiva. Nós temos que apoiar muito o trabalho das prefeituras com recursos e modelos de gestão para que essa descentralização proporcione melhor qualidade de saúde para a população.

Dino Rodrigues: Agora nós vamos falar de educação porque no seu programa de governo é citado que o Estado tem uma dívida na educação com crianças que chegam aos 7 anos de idade ainda não alfabetizadas. Primeira pergunta sobre essa questão que eu faço é o que o senhor vai fazer na prática para mudar esse quadro?

João Doria: De novo, na questão da educação infantil, da pré-escola que é essa faixa etária que você coloca, depois da creche que é de 0 a 3, e depois temos de 5 a 7, e o início, evidentemente da nova etapa escolar. É apoiar muito, primeiro o trabalho das prefeituras no âmbito da sua educação, implantando novas creches, zerando o déficit da pré-escola e melhorando a qualidade do ensino público do estado. O ensino público do estado tem que melhorar. Como vamos fazer isso? Apoiando e melhorando as condições de salário dos professores e das professoras. E eu inclui também no nosso programa, Dino, os gestores das escolas. Dois melhorando as condições físicas das escolas estaduais. As condições físicas não são adequadas, elas precisam ser melhores fisicamente. Três melhorando tecnologia. Crianças de 7 anos querem aprender com um computador. Qualquer crianças de 5 anos, um sobrinho, um irmão, um filho de vocês, trabalha com celular, ele já sabe operar um celular. Ele não quer aprender mais com giz e quadro negro. Ele quer aprender com o tablet, com computador, com kits de robótica, impressoras 3D. E é justo que as crianças, sobretudo as mais pobres, menos favorecidas, tenham o mesmo direito que aquelas que estudam em escolas particulares pagas pelos seus pais. Vamos levar essa tecnologia também para as escolas públicas.


Dino Rodrigues: Candidato, tem um ponto que o senhor não cita em seu plano de governo. O IBGE aponta que 2% da população com mais de 15 anos ainda tem problema com analfabetismo. Precisam de uma atenção especial. E até essa dívida é maior porque eles passaram mais tempo sem ter condições de alfabetização. Para essas pessoas, qual o seu plano?

João Doria: São analfabetos funcionais. Ainda que o índice seja pequeno, ele não é justificável. Você não pode ter índice nenhum. Não pode ter uma criança com 15 anos analfabeta ou semianalfabeta. É preciso ter uma visão clara, primeiro, para reavaliar a progressão continuada. Você não pode continuar levando as crianças para frente sem que elas estejam alfabetizadas e tenham um conhecimento mínimo de português, de matemática, de geografia e de história. Temos que mudar o processo de ensino e apoiar o ensino integral. A escola de ensino integral e quando possível, no futuro, a escola de tempo integral.

Kriss Oliveira: Candidato diante de um déficit de 1 milhão de moradias somente na região metropolitana. O senhor fala em um choque de ofertas que leva a crer em uma grande quantidade de moradias populares. A minha questão é em relação à qualidade. A gente já mostrou várias vezes em nossos telejornais reclamações dos moradores com relação a problemas nessas moradias, por exemplo CDHU. O que nós podemos falar sobre a qualidade dessas moradias?

João Doria: Kriss, é um novo modelo. É um modelo que nós estamos fazendo na capital, em São Paulo, aliás em conjunto com o Governo do Estado. É um modelo de PPP onde o município entra com o terreno, uma empresa concessionária entra com a construção e a operação do edifício de moradia popular. Estamos inaugurando agora 3,5 mil moradias na região central da cidade de São Paulo e são apartamentos muito bem construídos com dois quartos, sala, cozinha e banheiro, com área de esportes e área de lazer. Todos os pisos térreos são ocupados por lojas e serviços. Que ajudam a viabilizar a PPP, ajudam a gerar empregos para aqueles que residem nos prédios e ajudam também a pagar o condomínio. Porque são prédios de 14, 15 e até 17 andares e todos com elevadores, social e de serviço, e precisam ser bem mantidos. Neste formato de PPP tem moradia de qualidade, com o nosso programa Na Casa da Família a moradia é entregue com geladeira, fogão, interfone e condições adequadas de acabamento. São muito bons esses apartamentos que são feitos em regime de PPP. Esse formato nós vamos adotar para essa região aqui.


Dino Rodrigues: Ainda nessa questão. O seu programa fala de regularização fundiária de áreas urbanizadas e de moradias já instaladas na região. Como Itaquaquecetuba, que segundo a Prefeitura, tem 46 mil moradias irregulares e ocupam, aproximadamente, 40% do território do município. E todas as 184 áreas irregulares de Itaquá fazem parte do programa Cidade Legal. Mas aí tem a questão principal, que é a questão do como fazer, a questão do dinheiro. O município disse que até agora recebeu apenas R$ 600 mil, apenas para o programa. Mas espera por R$ 20 milhões. As pessoas precisam saber como vai ser feito, de onde vai vir o dinheiro. Vai ter dinheiro para regularizar tanta gente?

João Doria: Dino, tem que ter. Não é razoável que em um programa como esse o governo do Estado destine apenas R$ 600 mil, para um programa de regularização fundiária. A regularização fundiária é importante e fundamental, porque com a regularização do terreno, a pessoa tem acesso à água, à luz, ela passa a ter existência, cidadania física. Sem isso ela não tem, nem sequer a coisa básica, que é água, esgoto e energia elétrica. O Governo do Estado, na nossa gestão, terá recursos para isso, sim, dentro do orçamento. Aliás, a peça orçamentária está na Assembleia Legislativa com este objetivo. Mas é sempre algo feito em conjunto com a prefeitura local. Se você observar, em Mogi você não tem este problema. A gestão da Prefeitura de Mogi, e eu não quero falar mal da gestão de Itaquá, mas a gestão aqui de Mogi foi mais eficiente neste processo e conseguiu equacionar adequadamente com contrapartidas da própria prefeitura e aqui funcionou bem. Vai funcionar também em Itaquá.

Kriss Oliveira: Sobre os trens, candidato, o seu programa de governo fala em acelerar as obras já em andamento e executar novos investimentos para formar uma rede de alta capacidade sobre os trilhos. Mas a nossa realidade é bem diferente disso, a gente tem ainda a baldeação em Guaianases, nós temos trens ainda muito antigos, que a gente chama de latão e que faz muito barulho e que os passageiros realmente não querem mais andar neste tipo de trens. Diante desta realidade de agora, como que o candidato pretende fazer com que este projeto que a rede de alta capacidade sobre os trilhos saia do papel?


João Doria: Kriss, primeiro que as reclamações são procedentes. A população tem razão em reclamar. O que vamos fazer, primeiro, é a linha direta. Não faz mais sentido ter baldeação em Guianases, já que a estação de Suzano está pronta, totalmente pronta. Não há necessidade de fazer mais a baldeação. Depois vamos fazer a extenção até Mogi das Cruzes, portanto é a questão operacional. No meu governo, assumindo, vamos fazer isso imediatamente. É uma questão totalmente operacional, não é nem de investimento, é de decisão de governo e operacionalização. Depois vamos ter o investimento complentar para estender a linha direta até Mogi, que já tem a estação também que está pronta. No âmbito dos trens será padrão metrô. A CPTM terá padrão metrô. Estes trens velhos, antigos, que não têm ar-condicionado, eles serão descartados, tirados.

Dino Rodrigues: Isso é viável assim de pronto, candidato? Não são obras grandiosas?

João Doria: Isso é viável e está previsto em orçamento. E vamos ter uma novidade também, Dino, que as estações da CPTM, todas elas e gradualmente, porque evidentemente não há milagre nisso, elas serão colocadas em concessão privada. E o que nós vamos condecer ao setor privado, Kriss? A parte aérea, o que vem em cima das estações. Toda estação da CPTM tem um grande fluxo de pessoas, dia e noite, então elas são muito valiosas. A parte superior vamos conceder para a construção de edifícios comerciais, pequenos shoppings, e a obrigatoriedade da empresa concessionária, Dino, de construir uma creche para 150 crianças, para permitir que pais e mães que utilizaram o transporte públuico de trens possam deixar ali os seus filhos quando se dirigem ao trabalho, e ao retornarem retirarem os seus filhos nestas creches. Eles terão alimentação, programa de saúde, educação e acolhimento.

Dino Rodrigues: Hoje os trens sofrem até com a questão do alagamentos que interrompem a operação.


João Doria: Porque as estações não têm o padrão metrô. Elas precisam ter. Dino, perdão por ter lhe interrompido. Mas, não tirando a sua razão, elas precisam ter o padrão metrô. Todas as estações da CPTM terão o padrão metrô, Kriss, que é diferente. Elas são mais seguradas, iluminadas, monitoradas eletrôinicamente, vigilância, o sistema de acessibilidade ao trem é melhor, não tem o espaço entre o limite da estação e o trem e funciona melhor. O embarque e desembarque é mais rápido e, obviamente, todos os trens com ar-condicionado, wif-fi e tomada USB para você carregar o seu celular.

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