Uber X Taxistas - Taxistas são favoráveis a regulamentação do Uber em Mogi das Cruzes Categoria acredita que imposição de taxas tornará concorrência "mais justa". Taxistas querem fiscalização mais efetiva.

Taxistas de Luzia Mogi das Cruzes são favoráveis a regulamentação do Uber na cidade, mas querem fiscalização mais rígida. (Foto: Pedro Carlos Leite/G1)
Os taxistas também aguardam ansiosos por uma resposta positiva da Prefeitura de Mogi das Cruzes em relação ao anteprojeto apresentado pela Câmara que sugere a regulamentação de aplicativos de transporte individual na cidade, como o Uber, por exemplo. Eles acreditam que taxar o serviço deve tornar a concorrência mais justa entre as categorias.
O Milton Bitelli é taxista há três anos. Ele entrou nesse ramo no início da recessão econômica que atingiu o Brasil e não tem dúvidas de que foi a crise que agravou a concorrência deles com os motoristas de empresas de aplicativos como o Uber.
Por isso que para ele a legalização dessa modalidade é fundamental. “Não é nada contra os motoristas. Muitos estão desempregados e começaram a trabalhar. Tiveram alguns problemas aqui no Terminal Rodoviário, agora não tem mais. A gente só queria uma concorrência leal. Preferimos que legalize sim, até para limitar o volume de carros do aplicativo.”
O primeiro passo para isso foi dado pela Câmara de Mogi das Cruzes. Pelo texto aprovado, motoristas de empresas de aplicativos vão ter que comprovar que não possuem antecedentes criminais e deverão também ter Carteira Profissional de Habilitação (CNH) com autorização pra exercer atividade remunerada e aprovação em curso de formação pra transporte individual de passageiros.
Além disso, o documento dos vereadores sugere que a empresa deverá pagar uma taxa única de cadastro, a ser definida pelo poder executivo e, pelo texto, a empresa também seria obrigada a repassar uma parte do lucro das viagens para o município.
“Toda exigência está em cima da empresa e não nos motoristas que praticam a atividade no município. A tarifação em cima da corrida é de 1% ou 2%”, explicou o vereador Caio Cunha (PV), presidente da Comissão Especial de Vereadores (CEV) do Uber.
No mês passado, a Justiça concedeu uma liminar para 39 motoristas do aplicativo Uber atuarem em Mogi das Cruzes.
Depois disso, outros 44 motoristas conseguiram o mesmo, além dos que já tinha a medida liminar por meio de pedidos individuais.
Márcio dos Santos Azevedo foi um dos primeiros a conseguir a liminar. Ele não sai sem o papel.
A conquista trouxe alívio já que evita a dor de cabeça que muitos têm quando são parados pela fiscalização. “A Uber fala que estamos legais, a Prefeitura questiona dizendo que estamos ilegais na cidade. Estamos trabalhando.”
Essa possível legalização é vista com bons olhos pelos taxistas, mas eles chamam a atenção para a fiscalização.
A dúvida deles é se a Prefeitura vai fiscalizar corretamente. “A legalização é uma coisa boa, mas tem que ver se vai haver fiscalização. Se não tiver, vai continuar a mesma bagunça que é hoje. De noite atualmente não tem fiscalização”, disse o taxista Jorge Andrade.
Outro problema para eles são os motoristas que são de outras cidades. “Tem gente de outras regiões que vem trabalhar aqui e o grande problema é controlar quem vem de fora”, destacou o taxista Milton Andrade.
Sobre a falta de fiscalização, a Prefeitura de Mogi das Cruzes disse que faz normalmente o trabalho de fiscalização de transporte na cidade, seja ele individual ou coletivo, de acordo com o que determina a atual legislação.
Já em relação ao anteprojeto, a Prefeitura informou que já analisa o documento, mas não deu prazo para terminar essa avaliação.

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