Reforma da Previdência deve ser votada até julho, diz Temer Para presidente, se não houver reforma em 10 a 15 anos verba do governo será apenas para pagá-la. 'Nada de programas sociais e nada de investimentos', disse.

A uma plateia de empresários, o presidente Michel Temer (PMDB) defendeu, no início da tarde desta terça-feira (4), em São Paulo, a reforma da Previdência como essencial para o crescimento do país. Ele prevê que a reforma seja votada no Congresso até julho.
"Relatores acham que é possível votar. Naturalmente haverá uma ou outra adequação que será feita em comum acordo com o governo e, se for assim, acredito que será votado até junho ou julho", disse.
Temer disse que programas sociais e os investimentos ficam ameaçados caso a reforma não seja aprovada.
“Temos pela frente a reforma da Previdência, a reforma é vital para as contas do governo, os senhores sabem que hoje a Previdência causa déficit de quase R$ 150 bilhões", disse. "Se não reformularmos a Previdência no nosso país, nós teremos, em 10 a 15 anos, verba apenas para pagá-la, os servidores públicos e a Previdência. Nada de programas sociais e nada de investimentos”, disse no Hotel Hyatt, na Zona Sul de São Paulo.
O presidente acrescentou que não quer "ditatoriamente impor esta ou aquela regra". "Queremos a compreensão da necessidade e até para combater inverdades. A reforma é um dever com todos os brasileiros e se não fizermos estará em risco os benefícios de quem já tem e dos jovens no futuro", disse Temer. Ele afirmou também que está em contato permanente com o relator da reforma, deputado Arthur Maia (PPS-BA), para fazer "adequações". "Se for preciso, vamos fazer uma ou outra."
Para o presidente, críticos da reforma negam a nova realidade demográfica. "Queremos sim a absoluta necessidade dessa reforma para desfazer inverdades, já que o déficit da Previdência é gigantesco. Negar e nossa realidade demográfica é recorrer à falsa contabilidade. A nossa realidade demográfica está mudando a olhos vistos. Nossos sistemas de privilégios precisam ser limados, a reforma é um dever que temos perante a todos os brasileiros."

Críticas de Renan

Neste fim de semana, o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros, classificou o governo Temer de "errático" e ironizou recentes decisões políticas do chefe do Executivo. Em um novo vídeo publicado no Facebook, o parlamentar alagoano afirmou que "quem não ouve erra sozinho".
O ex-presidente do Senado voltou a disparar na internet contra a reforma da Previdência Social capitaneada pelo governo Temer. Neste vídeo, Renan diz que as eventuais mudanças nas regras previdenciárias irão punir os "trabalhadores" e o "Nordeste".
"A sanção presidencial da tercerização [no último dia 31] irrestrita e a insistência do governo em fazer essa reforma da Previdência, que pune trabalhadores e o Nordeste, significa dizer que o governo continua errático. E quem não ouve, erra sozinho", disse Renan no vídeo.
Temer admitiu que pode fazer aplicações no texto da reforma. "Bom, mas o governo não vai fazer adequação à reforma previdenciária. Nós mandamos uma reforma que deve durar 30,25 anos, mas evidentemente o senhor dessa reforma é o Congresso Nacional que está conversando conosco, vamos fazer adequações, o importante é aprovar uma reforma da Previdência, se é preciso fazer uma ou outra aplicação temos que realizá-la para aprová-la
Temer convocou os empresários presentes a "se se convencerem" da proposta apresentada pelo governo, deveriam divulgá-la a outras pessoas.
Por Tahiane Stochero, G1 São Paulo

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