Trecho Leste do Rodoanel - Lava Jato investiga irregularidades no Trecho Leste do Rodoanel


O juiz federal Sérgio Moro autorizou compartilhamento de provas da Operação Lava Jato com a 8ª Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social de São Paulo, braço do Ministério Público (MP) que investiga irregularidades na construção do Trecho Leste do Rodoanel Mário Covas (SP-21). A decisão foi anexada aos autos na quinta-feira.



A Lava Jato identificou que a concessionária SPMar, responsável por administrar os trechos Sul e Leste, e a São Fernando Açúcar, ambas pertencentes ao Grupo Bertin, pagaram R$ 6,2 milhões para a empresa de fachada Legend Engenheiros Associados, utilizada por Assad para lavar dinheiro, segundo a Procuradoria da República.


“Diante dos indícios de pagamentos indevidos a empresa de fachada Legend Engenheiros Associados, controlada por Adir Assad, o compartilhamento dos elementos probatórios colhidos na investigação criminal deve ser deferido já que atende ele ao interesse público, não havendo princípio da especialidade que vede o compartilhamento de provas nessas circunstâncias”, anotou Moro.


“Defiro o requerido e autorizo o compartilhamento dos elementos probatórios com a Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social de São Paulo, para fins de investigação e processamento de atos de improbidade administrativa, responsabilização cível “.
O pedido de compartilhamento de provas havia sido feito pelo promotor de Justiça Marcelo Milani, que integra os quadros da Promotoria do Patrimônio Público da Capital, para ter acesso a dados do lobista que recebeu recursos de concessionária responsável pelo Trecho Leste do Rodoanel.


Prevista inicialmente para ser concluída em 2014 e ter 4,3 km de extensão, a alça leste do Rodoanel teve seu último trecho inaugurado em 2015, totalizando 5,5 quilômetros (entre a as rodovias Dutra e a Ayrton Senna).


Adir Assad é conhecido pela promoção de shows e eventos no Brasil. Ele foi responsável por trazer a banda U2 e as cantoras Amy Winehouse e Beyonce para exibições no País.


A SPMar informou ao DS que “ao longo do período de obras não houve qualquer relação com o sr Adir Assad ou mesmo com alguma de suas empresas, não tendo havido, portanto, qualquer pagamento a que título for”, disse em nota.
A concessionária explicou também que do investimento total, cerca de metade foi bancada com recursos próprios; e a outra parcela com financiamento do BNDES (já contemplado no edital de licitação, que previa um máximo de 70% de financiamento público).


A defesa de Adir Assad não retornou ao contato da reportagem. Já o advogado Roberto Podval, que defende o Grupo Bertin, informou que não se manifestará.
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