Papa confirma vinda ao Brasil para Jornada Mundial da Juventude
Por Philip Pullella - G1.COM
CIDADE DO VATICANO, 24 Mar (Reuters) - O papa Francisco confirmou durante a celebração do Domingo de Ramos, neste domingo, que viajará ao Rio de Janeiro no final de julho para participar da Jornada Mundial da Juventude, um encontro de jovens católicos realizado em uma cidade diferente a cada dois anos.
A presença do papa já havia sido anunciada pelos organizadores locais do evento, mas esta foi a primeira vez que o pontífice argentino confirmou publicamente a viagem ao Brasil. Em encontro com a presidente Dilma Rousseff no Vaticano, na quarta-feira, Francisco disse que também poderia ir a Aparecida, em São Paulo, visitar a Basílica de Nossa Senhora Aparecida.
Em mais uma demonstração do novo estilo de seu pontificado, o papa celebrou o início da Semana Santa com uma homilia na qual invocou a sabedoria popular de sua avó.
Ao conduzir sua primeira missa importante desde que foi escolhido, o papa Francisco usou uma linguagem simples ao se dirigir a uma vasta multidão reunida para a celebração do Domingo de Ramos, à qual pediu que evite a corrupção e a ganância e se aproxime dos "humildes, dos pobres, dos esquecidos".
Deixando de lado seu texto preparado previamente, e referindo-se à riqueza, ele disse: "Você não pode levá-la com você, costumava dizer minha avó."
Desde sua eleição no conclave em 13 de março, o estilo do antigo cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio rompeu com os padrões considerados ostentadores de seu antecessor, o papa Bento 16, pelo fato de dizer que deseja levar a Igreja para mais perto dos pobres e sofredores.
"Vamos olhar ao redor! Quantas dores são infligidas à humanidade por guerras diabólicas, violência, conflitos econômicos que afetam os mais fracos, a ganância por dinheiro, poder, corrupção, divisões, crimes contra a vida humana e contra a criação", disse.
O papa decidiu que vai celebrar a Quinta-Feira Santa em uma prisão para jovens nos arredores de Roma em vez de na Basílica do Vaticano ou em Roma, onde as cerimônias eram realizadas por seus antecessores.
Ele também convidou trabalhadores, como os garis e jardineiros do Vaticano, para assistirem a suas missas matinais nos aposentos do Vaticano, onde ainda vive, antes de trasladar-se para os aposentos papais no Palácio Apostólico do Vaticano.
A missa de Ramos deste domingo, diante de cerca de 250 mil pessoas acenando com palmas e ramos de oliveira na Praça de São Pedro, foi uma nova oportunidade para o papa Francisco enfatizar seu desejo de que a Igreja Católica, afetada por vários escândalos, seja mais justa e austera.
O Domingo de Ramos relembra a entrada de Jesus em Jerusalém, cinco dias antes de sua morte.
A Igreja de hoje, como Jesus há 2.000 anos, quer transmitir uma mensagem de esperança, disse o papa, "em especial aos corações dos simples, os humildes, os pobres, os esquecidos, daqueles que não têm importância aos olhos do mundo".
O novo papa herdou uma Igreja atingida por problemas que incluem desde escândalos de abuso sexual em muitos países a alegações de corrupção na administração central do Vaticano.
Muitos fiéis esperam que ele faça com que a Igreja tenha uma imagem melhor.
"Estamos muito felizes. Estamos rezando e esperando coisas boas do papa e da Igreja", disse a argentina Alessandra Paillalef, que foi a Roma ver a celebração da Semana Santa comandada por seu compatriota. As cerimônias se encerram no Domingo de Páscoa, na semana que vem.