Junji pede recursos para capacitação

Emenda do deputado ao Orçamento da União prevê liberação de R$ 200 mil para programa de capacitação em tecnologia de produção, pós-colheita e processamento de hortícolas no Alto Tietê
15/12/2011Enviar por e-mailVersão para Impressãoacessos
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Junji: "Maioria dos horticultores fica à margem de importantes avanços propiciados pelo trabalho de instituições renomadas como a Embrapa”
 
A Região do Alto Tietê poderá ser contemplada, no próximo ano, com um programa inédito de capacitação em tecnologia de produção, pós-colheita e processamento de hortaliças.

Basta que o governo federal acolha a emenda apresentada pelo deputado federal Junji Abe (PSD-SP) à LOA – Lei Orçamentária Anual 2012.

No documento, o parlamentar solicita a destinação de R$ 200 mil à Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Hortaliças para o desenvolvimento do programa, baseado na organização de cursos de capacitação para produtores e técnicos de extensão rural – das áreas pública e privada –, realizados em parceria com instituições e organizações sociais do Alto Tietê.

O trabalho idealizado por Junji prevê ainda minibibliotecas da organização federal, especializada em horticultura, que seriam disponibilizadas em instituições públicas dos municípios participantes do projeto, como secretarias de agricultura, escolas e núcleos de formação profissional.

Assim como ocorre em diversas regiões brasileiras, muitos produtores do Alto Tietê têm dificuldade na adoção de tecnologias apropriadas de produção, pós-colheita e processamento de hortaliças, como explica Junji.

Com a iniciativa, o deputado pretende sanar a carência que “prejudica a cadeia produtiva de hortícolas, porque reduz a produtividade, eleva custos e afeta a qualidade dos produtos, comprometendo diretamente a rentabilidade do horticultor”.

Para justificar o pedido, o deputado apresenta um sintético perfil da produção de hortaliças no Estado de São Paulo, informando que a maioria dos produtores é de micro e pequeno portes.

Destacam-se como principais olerícolas as folhosas, como alface, couve e repolho, batata (águas, seca e de inverno), tomate (de mesa e de indústria) e cebola (de muda e de plantio direto).

De acordo com os dados mais recentes (2006), acrescenta o parlamentar, esses produtos responderam por 38% da área cultivada e por 51% da produção total no Estado.

Para justificar a realização do trabalho no Alto Tietê, Junji aponta que a Região figura entre os maiores polos produtores de hortaliças do território paulista.

Ele observa que os horticultores registram relativo conhecimento técnico, decorrente dos seus próprios esforços.

O deputado pondera que a inexistência ou deficiência de programas públicos de assistência técnica e extensão rural dificulta e até inviabiliza o acesso dos produtores às pesquisas e inovações tecnológicas ligadas ao segmento.

“Como resultado, a maioria dos horticultores fica à margem de importantes avanços propiciados pelo trabalho de instituições mundialmente renomadas como a Embrapa Hortaliças”, analisa, apontando que “o conhecimento é matéria-prima indispensável ao aperfeiçoamento do setor produtivo”, assim como é elementar para a evolução do ser humano.

Presidente da Pró-Horti – Frente Parlamentar Mista em Defesa do Segmento de Hortifrutiflorigranjeiros, Junji diz que a cadeia produtiva de hortícolas “tem um vasto campo para evoluir”, a partir da difusão de conhecimentos para os atores de cada elo da corrente.

 “As importantes conquistas resultantes do trabalho da Embrapa Hortaliças precisam chegar ao produtor, principalmente porque a maioria dos horticultores é de micro e pequeno portes. Caso contrário, o setor fica estagnado”, adverte.

O programa previsto na emenda parlamentar apresentada por Junji também permitirão aos profissionais da horticultura combater desperdícios.

Ele ressalta que as folhosas são altamente perecíveis e boa parte da produção pode ficar comprometida, já entre a colheita e o transporte, se faltarem os cuidados apropriados.

Entre outras técnicas, os cursos mostrarão aos horticultores como reduzir perdas na fase pós-colheita.

Além disso, complementa Junji, os agricultores terão a oportunidade de agregar valor aos produtos, aprendendo formas ágeis e eficientes de processamento de hortaliças.

“A modernização do sistema produtivo tornou-se premissa da competitividade no mundo contemporâneo”, avisa, observando que a simples manutenção de práticas convencionais deixou, há tempos, de ser o bastante para a sobrevivência do produtor.

Na visão de Junji, quanto mais valor o produtor puder agregar ao seu produto, atendendo as necessidades do consumidor e às exigências do mercado, melhores serão os resultados obtidos com a atividade. “Tem muito agricultor vendendo hortaliças a preços insignificantes a grandes empresas que, após a higienização e processamento dos produtos, vendem por mais que o dobro do que pagaram”.

Ação preventiva

Os conhecimentos transmitidos no programa defendido na emenda parlamentar visam resguardar a saúde pública, como acentua o deputado federal Junji Abe na justificativa do pedido.

“O produtor aprenderá como produzir mais e melhor, utilizando menos defensivos agrícolas e, consequentemente, eliminando riscos de contaminação de origem química nos produtos levados à mesa do consumidor”, argumenta. Sob esse aspecto, diz ele, a capacitação proposta tem a finalidade preventiva.

“É nosso dever como homem público, produtor e líder rural trabalhar para eliminar qualquer traço de ameaça à saúde pública”, afirma. Segundo o deputado, recentes estudos da Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária, em todo o território nacional, identificaram que o uso indiscriminado de defensivos agrícolas aumenta o risco de contaminação química de itens agrícolas consumidos pela população.

Junji assinala que quem produz alimentos tem a obrigação de zelar pelo bem-estar do consumidor.

“É uma questão de responsabilidade social e até de sobrevivência para o agricultor porque se o seu produto faz mal a quem consome, ele está fora do mercado”, completa.

Trâmite
A emenda do deputado federal Junji Abe foi apresentada para análise da CMO – Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização. Com parecer favorável e aprovação no plenário da Câmara, poderá fazer parte do Orçamento da União, a ser promulgado pela Casa na próxima semana.

Para que seja efetivamente incluída no Orçamento do ano que vem, a emenda precisa ser sancionada pela Presidência da República. Tradicionalmente, isso ocorre somente em fevereiro e após o Carnaval.

Após a sanção presidencial, o Orçamento Geral da União será publicado no DOU – Diário Oficial da União. Passada cerca de uma semana da publicação, os ministérios transmitem aos gabinetes parlamentares a informação sobre as propostas aprovadas para que sejam formalizados os devidos convênios com o governo federal.

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