PGR pede que deputada bolsonarista seja multada em R$ 100 mil e perca seu porte de arma
Zambelli persegue homem com arma na mão em São Paulo (SP), outubro de 2022 (Foto: Reprodução)
247 - O Supremo Tribunal Federal (STF) definiu o período de 11 a 21 de agosto para o julgamento da denúncia contra a deputada federal bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP), que enfrenta acusações de porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal com o uso de arma de fogo, informou o portal G1.
Os ministros do STF irão analisar o caso no plenário virtual, decidindo se a deputada se tornará ré em uma ação criminal, conforme solicitado pela Procuradoria Geral da República (PGR).
Os fatos em questão ocorreram em outubro do ano passado, véspera do segundo turno das eleições.
Na ocasião, Zambelli se envolveu em uma discussão com um apoiador do presidente Lula em uma rua de um bairro nobre de São Paulo.
De acordo com a acusação, a deputada teria perseguido o homem com uma arma em punho.
A PGR pede a aplicação de uma multa de R$ 100 mil por danos morais coletivos.
Além disso, requer a decretação da pena de perdimento da arma de fogo utilizada no contexto criminoso, bem como o cancelamento definitivo do porte de arma.
GT terá 90 dias para apresentar um cronograma visando o retorno mais breve possível da fábrica do Paraná e o acompanhamento das obras de conclusão da unidade do Mato Grosso do Sul
(Foto: FUP)
FUP - A Federação Única dos Petroleiros (FUP) passou a integrar o Grupo de Trabalho (GT) criado pela Petrobrás para discutir a reabertura da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (FAFEN-PR) e a conclusão das obras da FAFEN Mato Grosso do Sul (FAFEN-MS).
O GT terá 90 dias para apresentar um cronograma visando o retorno mais breve possível da fábrica do Paraná e o acompanhamento das obras de conclusão da unidade do Mato Grosso do Sul. A FUP apresentou propostas para a reativação também das fábricas de fertilizantes nitrogenados da Bahia e de Sergipe, atualmente arrendadas para a Unigel, e para investimentos em novas unidades, buscando reduzir a dependência de importações e ampliar a participação do Estado na produção nacional.
“A FAFEN-PR, ao ser reaberta, contribuirá imediatamente para o aumento da produção nacional de fertilizantes e do reagente ARLA 32”, destaca o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar, que participa do GT, ao lado de Alberico Santos Queiroz Filho, diretor do Sindipetro Unificado e Ademir Jacinto da Silva, diretor do Sindiquímica PR.
Segundo os representantes da FUP, a unidade paranaense está em boas condições de preservação, com capacidade de produzir 30 mil metros cúbicos de oxigênio por hora, necessitando apenas de manutenções conforme as normas e inspeções gerais para garantir a segurança dos trabalhadores e da comunidade.
Embora o processo de licitação seja demorado, os dirigentes sindicais acreditam que a retomada da obra ocorrerá até o primeiro semestre de 2024. A FUP e seus sindicatos acompanharão de perto todo o processo, garantindo o cumprimento das normas e procedimentos de segurança nas instalações industriais.
No entanto, a situação das fábricas da Bahia e de Sergipe é menos promissora. A Unigel tem enfrentado dificuldades na gestão dessas unidades, o que coloca o Brasil em uma situação ainda mais dependente das importações de fertilizantes. A FUP demanda a rescisão dos contratos de arrendamento vigentes e a retomada das unidades industriais pela Petrobrás, a fim de evitar uma maior dependência externa e garantir a segurança do abastecimento do mercado nacional de fertilizantes.
O Brasil importa cerca de 85% das suas necessidades de fertilizantes.
O presidente em exercício, Geraldo Alckmin (PSB), voltou a defender, nesta segunda-feira (17/7), a queda da taxa de juros, a Selic, atualmente em 13,75%. A declaração foi dada a jornalistas após Alckmin participar da abertura do workshop internacional “Cooperativas pelo Desenvolvimento Sustentável”, no ministério das Relações Exteriores.
“Estamos caminhando bem. Inflação em queda, câmbio competitivo, reforma tributária aprovada na Câmara dos Deputados, arcabouço fiscal encaminhado. Só faltam os escandalosos juros caírem. Aí nós vamos ter geração de emprego ainda mais forte”, afirmou.
Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, em junho, o colegiado votou pela manutenção da Selic. O percentual de 13,75% ao ano é o mesmo em vigor desde agosto de 2022.
As decisões do Copom de não alterar a taxa de juros têm sido alvo frequente de críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de ministros do governo. Nos últimos meses, o Executivo tem pressionado o Banco Central a reduzir a Selic. A avaliação é que o atual patamar inibe o crescimento da economia.
Reforma tributária
Após o evento, Geraldo Alckmin ainda foi questionado sobre um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) que estima que a alíquota do novo imposto criado pela reforma tributária deve ficar em 28,04%. Nesse patamar, o tributo seria um dos maiores do mundo.
Mais cedo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, contestou o cálculo. Para ele, os dados do estudo não levam em consideração fatores como o impacto da reforma tributária sobre a sonegação e evasão fiscal, e como corte de gastos tributários.
Segundo o presidente em exercício, “o princípio da reforma [tributária] está corretíssimo”, uma vez que, de acordo com ele, a proposta de simplificação fiscal está sendo cumprida. “É meio cedo ainda para a gente ter o resultado final do trabalho”, defendeu.
Desde o início do ano, o governo tem defendido a aprovação de um novo sistema tributário para o Brasil. O tema é debatido no Congresso há cerca de 30 anos. Há duas semanas, a Câmara dos Deputados aprovou a proposta, que agora segue para análise dos senadores.
Em linhas gerais, o texto da reforma tributária prevê que todos os produtos e serviços vendidos no país terão um imposto federal unificado por meio de um “IVA dual”.
Atualmente, o Brasil tem cinco tributos:
IPI, PIS e Cofins, que são federais; e
ICMS, que é estadual, e o ISS, que é municipal.
A ideia é que o novo imposto una IPI, Pis e Cofins em uma tributação federal e outra estadual e municipal, que unificaria ICMS e ISS.
Segundo ele, ambas as regiões "estão ameaçadas pelo extremismo político, pela manipulação da informação, pela violência que ataca e silencia minorias".
Não existe democracia sem respeito à diversidade. Sem que estejam contemplados os direitos de mulheres, negros, indígenas, LGBTQI+, pobres e migrantes"
Segundo ele, políticas ativas de inclusão social, digital e educacional são fundamentais para a promoção dos valores democráticos e da defesa do Estado de Direito.
Lula destacou os benefícios da revolução digital. "Populações antes isoladas têm agora a oportunidade de se conectar, de produzir conteúdo, de oferecer e consumir serviços", disse.
Mas alertou para "desafios importantes que requerem coordenação de nossos países e de nossas regiões".
"É urgente regulamentarmos o uso das plataformas para combater ilícitos cibernéticos e a desinformação. O que é crime na vida real, deve ser crime no mundo digital", disse.
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"Aplicativos e plataformas não podem simplesmente abolir as leis trabalhistas pelas quais tanto lutamos", afirmou, numa referência ao setor de serviços. "A precarização do trabalho precisa ser revertida", defendeu.
É preciso resgatar uma indústria que seja intensiva em tecnologia e voltada para a sustentabilidade como grande motor da geração de empregos de qualidade".
Segundo ele, a Aliança Digital América Latina e Caribe e União Europeia, que foi recentemente lançada, permite o avanço na coordenação de políticas públicas, com foco em governança, investimentos e transferência de tecnologia.
Ele ainda defendeu a iniciativa do Secretário Geral da ONU sobre Integridade da Informação e a agenda da Unesco sobre regulação de plataformas digitais.
Reportagem
Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.
Jamil Chade
Todo sábado, Jamil escreve sobre temas sociais para uma personalidade com base em sua carreira de correspondente.
Existe uma fronteira muito tênue entre ser audacioso e ser estúpido. O grupo que agrediu Alexandre de Moraes e o filho dele no aeroporto de Roma cruzou a linha, caindo no Código Penal. O episódio reforça a percepção de que a fragilidade de um Bolsonaro inelegível não pode ser confundida com debilidade do bolsonarismo.
A despeito da crescente exposição dos pés de barro do mito, a raiva difundida por ele continua inspirando uma base eleitoral de fanáticos. Ao migrar das redes sociais para o mundo real, a insensatez bolsonarista aumenta na proporção direta do potencial econômico dos agressores. E a valentia diminui quando a polícia chega.
Alexandre de Moraes disse ter sido agredido por três pessoas: o empresário Roberto Mantovani Filho, sua mulher, Andreia Munarão, e o genro do casal, o corretor de imóveis Alexandre Zanatta. Nessa versão, Andreia chamou o ministro do Supremo de "bandido", "comunista" e "comprado". Seu marido teria dado um tapa no rosto do filho de Moraes, danificando-lhe os óculos.
O genro disse à PF que não ofendeu Moraes. Em nota, o advogado do casal alegou que o empresário e sua mulher teriam sido confundidos com outras pessoas. Essa "confusão interpretativa" teria descambado para uma discussão entre Andrea e dois acompanhantes de Moraes. No lufa-lufa, Roberto Montavani teria entrado em cena para "conter os ânimos do jovem ofensor" de sua mulher. O que se depreende da nota é que o agressor seria o filho de Moraes, não o contrário.
O Ministério da Justiça requisitou as imagens do circuito de câmeras do aeroporto de Roma. As filmagens devem chegar ao Brasil antes do final de semana. Confirmando-se a agressão, é imperioso punir os ofensores. Simultaneamente, Moraes precisa acender a luz dos processos estrelados por Bolsonaro. A impunidade do capitão estimula nos seus seguidores o comportamento de vale-tudo.
Opinião
Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.
OLHAR APURADO
Uma curadoria diária com as opiniões dos colunistas do UOL sobre os principais assuntos do noticiário.
Presidente Lula, que está em viagem oficial à Europa, conversou por telefone com o ministro do STF no sábado (15)
Luiz Inácio Lula da Silva (à esq.) e Alexandre de Moraes (Foto: ABR)
247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) expressou sua solidariedade ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes após o ataque sofrido pelo magistrado e seus familiares no aeroporto de Roma na noite de sexta-feira (14). Segundo a coluna do jornalista Igor Gadelha, do Metrópoles, Lula conversou por telefone com Moraes no sábado (15) e acionou o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, para que a Polícia Federal inicie uma investigação sobre o incidente e ofereça proteção a Moraes e sua família.
Moraes foi alvo de insultos feitos pelo empresário Roberto Mantovani Filho, sua esposa, Andréia Mantovani, e o genro do casal, Alex Zanatta, no aeroporto de Roma. O filho do ministro teria tido os óculos jogados no chão pelos agressores quando retornavam da Itália para o Brasil.
No sábado, a Polícia Federal anunciou a abertura de um inquérito para investigar o incidente. A corporação já marcou o depoimento dos acusados e aguarda a obtenção das imagens das câmeras de segurança do aeroporto. A defesa dos suspeitos nega que as agressões tenham ocorrido.
Por: CCR – Grupo CCR e Marcelo Tas alertam sobre os perigos da combinação celular x direção
Com apoio do Grupo CCR, a websérie “Epidemia da Distração: quanto vale a vida?”, protagonizada pelo comunicador e educador Marcel Tas, já impactou mais de 12 milhões de pessoas.
Utilizando o humor como principal ferramenta para tratar de assuntos seríssimos, esta campanha de conscientização alerta a população sobre os perigos de utilizar o celular enquanto dirige e a falta do uso do cinto de segurança.
10/07/2023 às 11:00 | Atualizado 10/07/2023 às 14:27
Muita gente acha que é totalmente possível e capaz de conciliar o uso do celular com a direção. Afinal de contas, ler uma mensagem de texto, mandar um áudio, checar uma rede social ou um e-mail levam apenas alguns segundos. Pois é… esses poucos segundos de distração são responsáveis por 57% dos acidentes envolvendo pessoas entre 20 e 39 anos no Brasil.
Dentro desta faixa etária, essas ações realizadas no “modo automático”, feitas sem pensar e para atender o senso de urgência instaurado na correria do dia a dia, são mais letais do que dirigir alcoolizado ou desrespeitar a sinalização de trânsito.
Esse dado alarmante, divulgado pela Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet), despertou no Grupo CCR a urgência em conscientizar a população para reverter essa situação. Para atingir milhões de pessoas e tentar convencê-las a mudar os hábitos, a CCR decidiu apoiar a websérie Epidemia da Distração: quanto vale a vida?
Protagonizada pelo comunicador e curador Marcelo Tas, esta websérie traz a medida certa entre humor e choque de realidade, o que tem gerado uma enorme identificação e, consequentemente, um engajamento muito rápido. Tanto é que já foi vista por mais de 12 milhões de pessoas, somados o canal do Youtube da CCR e as redes sociais da CCR e do apresentador.
“Para mim, o humor é a forma mais eficiente de comunicação que existe. Quando você consegue acrescentar uma história de verdade ao humor, quando você fala de fatos humanos, verdadeiros, aí a coisa fica ainda mais poderosa”, diz Marcelo Tas.
Através de dicas, relatos e situações cotidianas, os episódios abordam hábitos mais seguros no trânsito, que podem salvar vidas.
Como no 6º episódio intitulado “O que pode mudar em 5 segundos?”, que mostra um teste realizado em ambiente controlado, em que o motorista comprova que em apenas 3 segundos (tempo de olhar uma mensagem no celular), dirigindo a uma velocidade de 60 km/h, o carro percorre 50 metros, o comprimento de uma piscina olímpica inteira.
Segundo Marcelo Tas, “Quando você está na direção de um automóvel, você está no comando de 1 tonelada de aço, ou seja, você está no comando de um míssil, né? Se botar 1 tonelada a 80 km por hora sem seguir os protocolos de segurança, o estrago pode ser gigante.”
O episódio “Qual é a importância da sua vida?” já teve mais de 2 milhões de visualizações apenas no canal do Youtube da CCR. De forma lúdica, uma animação com duas melancias mostra que o impacto de bater o carro a 90 km/h é o mesmo de cair de um prédio do 10º andar.
“Chama muito a atenção porque primeiro você ri e logo na sequência você pensa: eu tenho que colocar o cinto de segurança”, ressalta Marcelo Tas.
Tem um episódio que simula o prejuízo material gerado por um acidente de trânsito, que pode chegar a uma média de 400 mil reais, sem contar as perdas imateriais. Segundo Tas, “O prejuízo que gera não é só financeiro, é um prejuízo emocional, de talentos, de vidas, de amores que não foram vividos… É uma epidemia causada pela distração. Depende de cada um de nós olhar para isso com coragem, de pensar nas consequências caso algo dê errado”.
E ainda, há um episódio em que Marcelo Tas utiliza um exemplo real, de um drama pessoal, para traduzir o que acontece com muita gente, “Eu decidi compartilhar uma história minha, que foi um momento de bobeira, de distração, onde eu fraturei os dois calcanhares e levei um ano de recuperação para voltar a andar”.
Para conferir todos os episódios e quem sabe, se convencer a mudar alguns hábitos, é só acessar esse link. A mudança de certos comportamentos, muitos deles arriscados, é um processo a médio prazo, pois é uma mudança de padrão, de mentalidade e depende da sociedade desenhar um novo pacto. Como disse o Marcelo Tas, “A força do hábito não pode ser subestimada, nunca. É uma coisa que está entranhada na cultura. Mas a partir do momento que você enxerga o que é, fica mais difícil desobedecer. Você passa a perceber o risco que está correndo, e, com isso, vai mudando o hábito.”
Casal nega ofensa a Moraes, mas admite "discussão acalorada" com filho de ministro
Bruno Ribeiro
atualizado
Daniel Ferreira/Metrópoles
São Paulo — O casal Andréa e Roberto Mantovani, acusado de hostilizar a família de Alexandre de Moraes no Aeroporto Internacional de Roma, na Italia, na última sexta-feira (14/7), negou ter ofendido o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), mas admitiu uma “discussão acalorada” com o filho do magistrado.
Em nota divulgada neste domingo (16/7) pelo advogado Ralph Tórtima Stettinger Filho, o casal afirma que houve um “equívoco interpretativo em torno dos fatos”, lamenta o que ocorreu no aeroporto da capital italiana e pede desculpas pelo “mal entendido havido”.
Segundo a nota, as ofensas ao ministro Alexandre de Moraes atribuídas a Andréa “foram, provavelmente, proferidas por outra pessoa, não por ela”. Essa “confusão interpretativa”, diz o casal, provocou um “desentendimento verbal entre ela (Andréa) e duas pessoas que acompanhavam o ministro”.
Ainda de acordo com o casal, Roberto Mantovani, de 71 anos, atuou para “conter os ânimos” de um “jovem” que teria ofendido sua esposa. Esse jovem, segundo a Polícia Federal (PF) informou posteriormente os envolvidos, era o advogado Alexandre Barci de Moraes, de 27 anos, filho do ministro do STF.
“Dessa forma, reiteram que em nenhum momento ocorreram ofensas, muito menos ameaças ao ministro Alexandre, que casualmente passou por eles nesse infeliz episódio”, afirma a nota divulgada pelo casal.
Moraes retornava ao Brasil com a família após participar e palestrar no Fórum Internacional de Direito, na Universidade de Siena. De acordo com a PF, a família foi abordada por uma mulher identificada como Andréa, que xingou o ministro de “bandido, comunista e comprado”.
Ainda de acordo com as informações iniciais, o marido dela, identificado como Roberto Mantovani Filho, teria agredido fisicamente o filho do ministro do STF. A PF abriu inquérito para investigar o caso.
Na nota, o casal cita ainda “o veemente respeito que nutrem pelas autoridades públicas, extensivo aos seus familiares” e afirma que as imagens eventualmente captadas pelas câmeras de segurança do aeroporto de Roma serão “esclarecedoras do mal entendido havido”.
No texto, o casal afirma ainda “acreditar numa apuração isenta, técnica e equilibrada” e informa que ambos “já assumiram o compromisso de comparecer perante às autoridades investigantes, o que se dará muito em breve”.
O advogado já havia dito ao Metrópolesque o caso se tratava de uma “confusão” e que outras pessoas que estavam no aeroporto de Roma é que teriam ofendido o ministro Alexandre de Moraes.
Depoimento à PF
O cunhado de Mantovani, Alex Zanatta Bignotto, de 41 anos, que também foi acusado de participar da agressão ao ministro Alexandre de Moraes, prestou depoimento à PF neste domingo, em Piracicaba, no interior de São Paulo.
Segundo o advogado, ele também negou as acusações. Mantovani e sua mulher devem ser ouvidos pela Polícia Federal na manhã da próxima terça, na mesma cidade. A família vive em Santa Bárbara d’Oeste.
Roberto Mantovani, sua mulher, Andreia, e o genro Alex Zanatta Bignotto ao serem abordados pela Polícia Federal, após o desembarque no Brasil Imagem: Arquivo Pessoal
Alexandre de Moraes, presidente do TSE e ministro do Supremo, e sua família foram hostilizados por brasileiros no Aeroporto de Roma, pouco depois das 18h30 da noite de sexta, horário local. A Polícia Federal já abriu um inquérito. Segundo as informações disponíveis, ao avistar Moraes, Andreia Mantovani e seu marido, o empresário Roberto Mantovani Filho, o chamaram de "bandido, comunista e comprado". Alex Zanatta Bignotto, genro do casal, fez coro aos xingamentos. O filho do ministro teria sido agredido.
Moraes e família seguiam para um outro destino na Europa. Ele falou como convidado no Fórum Internacional de Direito da Universidade de Siena. Os brasileiros identificados como agressores embarcaram para o Brasil e tiveram de prestar os primeiros esclarecimentos à Polícia Federal ao chegar ao país. Mantovani falou com a imprensa. Já comento suas declarações, que poderiam ser espantosas não fossem tão pouco surpreendentes. Antes, algumas considerações.
PROJETO DE LEI Há muitos anos escrevo sobre a prática detestável e criminosa de atacar autoridades em ambientes públicos ou nos locais em que moram -- o tal esculacho -- para expressar inconformismo de qualquer natureza. Na democracia, é certo, ninguém está imune à crítica. Mas há ambiente e canais apropriados para fazê-lo, além de método adequado, que não expõe ninguém a risco.
E isso tem de valer para todos, pouco importando alvos e agressores — se progressistas, esquerdistas, conservadores ou reacionários. Inexiste o direito à ofensa. O Código Penal pune a ameaça (Art. 167) e a injúria (Art. 140). E prevê sanção para quem ataca um servidor público em razão do exercício de sua função (Art. 331). Mas ainda é pouco para devolver a civilização ao leito no que respeita a esse aspecto. O Congresso Nacional tem de votar uma lei específica, com penas mais severas para essa variante do crime de ódio. E tem de considerar como um agravante a exposição das redes sociais de vídeos propagando o malfeito.
A DESCONVERSA Mantovani falou com o Estadão. Nem confirma nem nega o ataque: "Na minha opinião, não foi nada de tão extraordinário. Não gostaria de comentar nada para evitar, sabe, ódio, um revanchismo. Não gostaria disso nesse momento. Não gostaria de fazer nenhum comentário até que possa saber aquilo que eles possam dizer que eu fiz".
Como se percebe, ele reconhece que algo se deu, só que não achou "tão extraordinário". Na declaração seguinte, é mais rebarbativo: "Eu só vi o ministro. Ele estava para entrar numa sala VIP. Eu passei por ali. Houve ali uma pequena confusão de alguns brasileiros, alguns foram embora e quem pagou o pato fomos nós, mas tudo bem, a gente tem que aguardar."
Deve imaginar que o lugar é guardado por câmeras, e a PF certamente terá acesso às imagens.
A Folha, por sua vez, publica a seguinte declaração: "O que eu posso falar para você é que eu vi realmente o ministro. Ele estava sentado em uma sala, mas eu não dirigi nenhuma palavra a ele".
Segundo a TV Globo, Matovani chegou a atingir o rosto do filho de Moraes, cujos óculos caíram no chão. Questionado pelo jornal, o empresário não comentou. Poderia ter dito: "Não fiz isso". Mas não disse. Aliás, ele também estava com a família, tanto é assim que teria sido a sua mulher a dar início à confusão. Além do casal e do genro, integravam o grupo uma filha, um filho e duas netas, de 4 e 2 anos.
AUTORIAS A Polícia Federal certamente identificará os autores das agressões, que terão de pagar por suas escolhas. Mas há as autorias políticas, ideológicas e morais.
Nós sabemos quem, desde 2018, pôs os ministros do Supremo e do TSE na mira dos fanáticos, Jair Bolsonaro. E todos aqueles que promovem campanhas sistemáticas contra os tribunais e seus ministros — alguns insufladores têm até colunas na cada vez menor "grande imprensa — estão a incentivar esse tipo de violência. E digo por quê: não se dão ao trabalho de tentar contestar tecnicamente os ministros, expondo, então, a seu juízo, qual seria decisão correta e segundo quais diplomas legais. Nada disso! As respectivas Cortes são tratadas como fontes do arbítrio — afinal, é evidente, por intermédio de suas ações, impediram o Biltre de tentar desfechar um golpe.
Cumpre que fiquemos atentos porque vai se dar um fenômeno: como o governo está sendo inequivocamente bem-sucedido, a despeito das dificuldades, o eleitorado que escolheu Bolsonaro tende a encolher, e os ressentidos que permaneceram fiéis à causa podem se tornar mais agressivos.
O mundo desabou sobre a cabeça do ministro Roberto Barroso porque, em discurso em evento da UNE, afirmou: "Nós derrotamos a censura, nós derrotamos a tortura, nós derrotamos o bolsonarismo para permitir a democracia e a manifestação livre de todas as pessoas". Já falei a respeito mais de uma vez. Obviamente não estava demonizando uma corrente de opinião ou parte do eleitorado. Referia-se à intolerância e à truculência, de que também ele foi alvo. O único pecado da fala é seu eventual excesso de otimismo. Ainda não derrotamos. Mas temos de derrotar.
DE VOLTA A ROGÉRIO MARINHO E À SUA TURMA É preciso tomar cuidado com aquilo que se deseja. Depois que veio a público a informação sobre o ataque sofrido por Moraes e sua família, o senador Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição no Senado, escreveu o seguinte no Twitter: "A intimidação e a violência física não são instrumentos da luta política. Repudio essa forma irracional de manifestação, que não ajuda, que se volta contra quem a pratica e nos nivela com aqueles que representam o pior em nossa sociedade. A falta de argumentos leva a palavras de ordem que pretende calar quem pensa diferente. A normalidade democrática precisa voltar ao nosso País. Defendemos a pacificação e o diálogo, dentro da Constituição. Tenho minhas diferenças e discordâncias com a forma como o ministro tem conduzido os inquéritos sob sua coordenação. Porém, não posso concordar com a agressão contra ele e, principalmente, contra seu filho, que o acompanhava. O Brasil precisa voltar a conviver com suas diferenças, essa é a espinha dorsal da democracia."
É mesmo? O espetáculo grotesco protagonizado pelo senador na quinta, sobre o qual escrevi aqui, incentiva esse tipo de comportamento. Não foi ele a se debulhar em lágrimas pensando nos golpistas presos, acusando Moraes de agredir o devido processo legal, o que é mentira? Não foi ele a apontar o governo como o responsável pelos atos golpistas de 8 de janeiro? Não foi ele a acusar suposta ação ilegal do Supremo contra a imunidade parlamentar? Não foi ele sustentar que os pobres conservadores são vítimas de "políticas identitárias como condições doutrinárias para serem inoculadas no conjunto da sociedade (...) como um processo de imposição de atitudes"?
Mesmo as palavras "de solidariedade" acima estão encharcadas de lágrimas de crocodilo. Então um ministro e sua família são atacados e expostos ao perigo por pessoas do seu campo ideológico e, ao manifestar a sua contrariedade com a violência, faz questão de destacar as suas diferenças com a vítima? Solidariedade que se mistura com proselitismo contra o agredido funciona como uma espécie de justificativa enviesada para os atos do agressor.
E notem a sutiliza de um reacionário: a "atitude irracional", ele escreve, "se volta contra quem a pratica e nos nivela com aqueles que representam o pior em nossa sociedade." Sacaram? Quem partiu para o ataque seria a verdadeira vítima. Mas observo que Marinho se trai ao escrever o "nos nivela". Reconhece, pois, que os seus aliados nesse embate são os agressores. Mas, ora vejam, "o pior da sociedade" são seus adversários, não seus aliados encrenqueiros e violentos.
"A linguagem é um vírus", já se escreveu. E o organismo trai Marinho. Vejam lá: "Não posso concordar com a agressão contra ele [Moraes] e, principalmente, contra seu filho, que o acompanhava." É só uma deferência à instituição da "família" — reacionários adoram falar a respeito, mesmo entendendo tão pouco do assunto? Ou, no fundo, está a dizer: "O auge da minha discordância é bater no filho; no que respeita ao pai, essa discordância já perde um pouco de força?..."
SERGIO MORO O futuro senador cassado Sergio Moro (União-PR) também foi às redes: "Não posso concordar com a agressão contra ele e, principalmente, contra seu filho, que o acompanhava".
Também o ex-juiz vem com o "principalmente". Para usar uma palavra de sua predileção, seu protesto tem o estilo inequívoco das "escusas" aos reacionários que o admiram. Em vez de um claro "discordo" ou um mais claro "repudio", o texto vem saltando pocinhas: "Não posso concordar..."
E esquecer? Quem transformou o Supremo em alvo fixo da extrema-direita foi a Lava Jato.
ENCERRO Que se punam os que cometeram os crimes no Aeroporto de Roma. Mas eles são apenas a ponta da urdidura criminosa contra a democracia e o estado de direito. É preciso combater, por intermédio da luta política, os criminosos morais, que insuflam e justificam os ataques às instituições.
Opinião
Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.
Uma curadoria diária com as opiniões dos colunistas do UOL sobre os principais assuntos do noticiário.
Ela era assessora e se tornou senadora. Além da mão de Deus, Damares Alves entrou na política com a ajuda do pastor e ex-deputado Josué Bengtson, seu tio. Quem é ele? Quem são os primos dela, Marcos e Paulo Bengtson? De onde surgiu a Igreja do Evangelho Quadrangular? Esta é uma história de corrupção, tráfico de drogas, assassinato no campo e invasão de terras na Amazônia paraense. Quais violências essa família promoveu em nome de Deus?