O recado de Cármen Lúcia, presidenta do TSE, a Pablo Marçal e Ricardo Nunes;
O recado de Cármen Lúcia, presidenta do TSE, a Pablo Marçal e Ricardo Nunes; veja vídeo
No encerramento da última sessão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) antes do primeiro turno das eleições municipais, na manhã desta quinta-feira (3), a presidenta da corte, Cármen Lúcia mandou um recado velado a Pablo Marçal (PRTB), candidato a prefeito em São Paulo, e à horda de eleitores radicais.
Na disputa direta com Ricardo Nunes (MDB) pelo espólio eleitoral de Jair Bolsonaro (PL) na capital paulista, Marçal declarou "guerra" e fez uma campanha calcada na violência, que resultou no soco do sócio e assessor, Nahuel Medina, no rosto do marqueteiro Duda Lima, que trabalha para o emedebista, no debate no Flow.
Na reta final, Marçal subiu o tom e foi acompanhado por Nunes, que entrou em pânico com a possiblidade de ficar fora do segundo turno e tem distribuído materiais incitando a violência contra o adversário.
Ao encerrar a sessão do TSE, Cármen Lúcia deu seu recado aos "mais de 155 milhões de brasileiros, 52% sendo de mulheres", que exercerão no próximo domingo (6) "o direito constitucional, fundamental, mas também um dever histórico com todos os outros brasileiros".
"Porque é com esse voto, um instrumento participação efetiva, de ser parte do Estado brasileiro e partícipe do processo democrático, que nós chegamos a grande transformação no sentido do aperfeiçoamento institucional, social, político, econômico que se pretende", disse a ministra.
Ao ressaltar o índice de mulheres, Lúcia alfinetou Marçal que disse, ao responder Tabata Amaral (PSB), no debate da TV Cultura que “mulher não vota em mulher” por ser “inteligente”.
No Roda Viva após o debate, a presidenta do TSE já havia respondido ao candidato da ultradireita neoliberal.
“Não existe essa ideia de que mulheres não votam em outras mulheres. A verdadeira inteligência está em compreender que o mundo é formado por humanos, homens e mulheres. Temos lutado por inclusão em todos os aspectos desse processo. Não vejo inteligência nessa afirmação, pois votar em quem se deseja não diminui a inteligência de ninguém”, disse na segunda-feira (30).
Nesta quinta, na sessão do TSE, Lúcia mandou outro recado aos eleitores do ex-coach e da ultradireita, alvo da disputa com Nunes.
"Não esperamos que haja práticas nem de ofensa, nem de violência, nem de inaceitação das diferenças, porque são dessas diferenças que realizamos a pluralidade que é um direito constitucional", afirmou a ministra.
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