PF suspeita que agentes da "Abin Paralela" atuaram na campanha de Ramagem em 2022

 ABIN PARALELA

PF suspeita que agentes da

 "Abin Paralela" atuaram na

 campanha de Ramagem em

 2022

Hipótese surgiu no depoimento do próprio deputado, feito há duas semanas, sobre estrutura irregular dentro do órgão no governo Bolsonaro 


Por Alice Andersen

Escrito  POLÍTICA  1/8/2024 · 13:24 hs

Ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo Jair Bolsonaro (PL), o delegado Alexandre Ramagem, atual deputado federal pelo PL do Rio de Janeiro e pré-candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro, além de criar um dossiê secreto para Flávio Bolsonaro (PL-RJ) usar em sua defesa no caso de corrupção das "rachadinhas”, pode ter usado policiais federais da “Abin Paralela” para atuarem em sua campanha em 2022 para a Câmara.

A nova investigação da Polícia Federal (PF) suspeita sobre atuação de agentes após o depoimento do próprio deputado no âmbito da investigação sobre o monitoramento ilegal de pessoas e autoridades públicas pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Um documento de gastos de campanha apreendido pela Polícia Federal (PF), relacionado a Alexandre Ramagem, inclui os nomes de dois agentes próximos ao ex-diretor da Abin. Em seu depoimento, Ramagem negou qualquer irregularidade. 

Segundo informações do portal Metrópoles, entre 2019 e 2022, durante a gestão de Alexandre Ramagem, servidores da Polícia Federal teriam sido recrutados para trabalhar na Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Entre os nomes mencionados estão Henrique Cesar Prado Zordan e Felipe Arlotta. Em julho de 2022, após ingressar na Abin, Henrique recebeu uma licença-capacitação. A suspeita é de que ele teria trabalhado na campanha de Ramagem durante esse período. 

A Polícia Federal está investigando Henrique Cesar Prado Zordan e Felipe Arlotta, que atuaram na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e são apontados como integrantes do grupo de "subordinados" da organização criminosa. Henrique, que teve acesso às senhas das contas do parlamentar no Facebook e ajudava a “criar ou resgatar senhas do Facebook e até do TikTok”, e também perguntava sobre questões de segurança e potenciais adversários de Ramagem durante a campanha. 

Henrique visitou Ramagem durante as campanhas, mas afirmou em seu depoimento que não participou delas. A Polícia Federal apurou planilhas de gastos de Ramagem e verificou que, na aba referente ao mês de agosto, constavam pagamentos “efetuados aos policiais federais durante o período” em que estavam afastados de suas funções.

Dossiê que Ramagem fez para Flávio

novo dossiê, encontrado em formato digital pela Polícia Federal, foi criado um mês antes de Ramagem ser indicado por Bolsonaro para substituir Maurício Valeixo para o comando da Polícia Federal em abril de 2020. A nomeação, no entanto, foi suspensa por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) e Ramagem seguiu à frente da Abin, onde teria criado juntamente com Carlos Bolsonaro (PL) uma agência "paralela" para investigar desafetos e até aliados do ex-presidente.

O documento, revelado pela Folha de S.Paulo nesta quarta-feira (31), seria intitulado "Bom dia Presidente" e reunia informações sobre servidores da Receita Federal que teriam feito o relatório que revelou o esquema de corrupção montado por Flávio Bolsonaro quando atuava como deputado estadual em seu gabinete na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.

Ramagem afirmava sem provas, na tese ainda hoje levada adiante pela defesa de Flávio, que os servidores teriam acessado os dados ilegalmente para elaborar o relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras, o Coaf. Leia mais nesta matéria da Fórum


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