OMS diz ter perdido comunicação com seus contatos no maior hospital de Gaza

 

Do UOL, em São Paulo
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Deslocados se abrigam no hospital Al Shifa, em Gaza; ao fundo, fumaça que teria sido provocada por bombardeios israelenses
Deslocados se abrigam no hospital Al Shifa, em Gaza; ao fundo, fumaça que teria sido provocada por bombardeios israelenses Imagem: Doaa Rouqa - 8.nov.2023/Reuters

A OMS (Organização Mundial da Saúde) disse ter pedido a comunicação com os seus contatos que estão no Hospital Al-Shifa, que fica ao norte e é a maior unidade de saúde da Faixa de Gaza. A informação foi divulgada no X (antigo Twitter). Israel nega ataques ao hospital.

O que aconteceu:

A organização afirmou acreditar que os seus contatos devem ter se juntado "as dezenas de milhares de pessoas deslocadas que estão fugindo da área" enquanto continuam a surgir "relatos horríveis de que o hospital enfrenta ataques" israelenses.

Segundo a OMS, nas últimas 48 horas, a unidade de saúde teria sido atacada várias vezes e estaria cercada por tanques. "A equipe relatou falta de água potável e risco das últimas alas e itens importantes restantes, incluindo UTIs (Unidades de Terapia Intensiva), ventiladores e incubadoras, fecharem em breve devido à falta de combustível, colocando a vida dos pacientes em risco imediato", divulgou a organização.

Há relatos que algumas pessoas que fugiram do hospital foram baleadas, feridas e mortas.

A UTI teria sofrido danos com os bombardeios, assim como os locais do hospital onde os deslocados estavam abrigados. Um paciente que estava intubado, conforme a OMS, teria morrido após a eletricidade ter sido cortada em um ponto do hospital.


A OMS manifestou preocupação com a segurança dos profissionais de saúde e todos os pacientes. O número de internados no local é quase o dobro da capacidade.

A organização voltou a pedir um cessar-fogo imediato em Gaza "como a única forma de salvar vidas e reduzir os terríveis níveis de sofrimento". "Hospitais, pacientes, profissionais de saúde e pessoas abrigadas em unidades de saúde são protegidos pelas Convenções de Genebra e pelo Direito Internacional Humanitário", acrescentou.

Hoje, os jornais europeus indicaram que combatentes do Hamas capturados informaram às forças de Israel o paradeiro de Yahya Sinwar, o comandante militar do Hamas com atuação em Gaza. Ele estaria em túnel subterrâneo, debaixo do hospital Al-Shifa, informação que coincide com a do primeiro-ministro israelense.


Os pacientes que procuram cuidados de saúde nunca devem ser expostos ao medo, e os profissionais de saúde que prestaram juramento para os tratar nunca devem ser forçados a arriscar as suas próprias vidas para prestar cuidados. A OMS também apela às evacuações médicas sustentadas, ordenadas, desimpedidas e seguras de pacientes gravemente feridos e doentes para o Egito através da passagem fronteiriça de Rafah. Todos os reféns devem receber cuidados médicos adequados e ser libertados incondicionalmente.

OMS, no X

Israel nega ataques a hospital

Antes da declaração da OMS, o exército israelense negou ter atacado o hospital Al-Shifa, rotulando de "falsos" os relatos de que suas tropas estão "cercando e atacando" o local.

"Nas últimas horas, informações falsas foram divulgadas de que estamos cercando e atacando o hospital Al-Shifa", disse o porta-voz do Exército israelense, Daniel Hagari, aos jornalistas.

Ele também explicou que o ataque ao hospital na sexta-feira (10) foi, na verdade, "um foguete mal disparado pertencente a organizações terroristas na Faixa de Gaza".

Os hospitais no norte da Faixa de Gaza, onde milhares de palestinos buscam refúgio dos incessantes bombardeios, afirmaram neste sábado que sua situação está se tornando cada vez mais crítica devido aos combates entre as tropas israelenses e os comandos do Hamas.

https://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2023/11/11/oms-contato-hospital-gaza.htm

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