'Delgatti é um perseguido político e o presidente Lula tem obrigação de indultá-lo', diz Joaquim de Carvalho

"Contra uma decisão política, é preciso também tomar uma decisão política", afirmou o jornalista na TV 247

Montagem (da esq. para a dir.): Joaquim de Carvalho, Luiz Inácio Lula da SIlva e Walter Delgatti
Montagem (da esq. para a dir.): Joaquim de Carvalho, Luiz Inácio Lula da SIlva e Walter Delgatti (Foto: Brasil 247 I Reuters I Divulgação)

247 - O jornalista Joaquim de Carvalho disse nesta segunda-feira (21) no programa Boa Noite 247 que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deveria conceder um indulto (perdão) a Walter Delgatti após o juiz da 10ª Vara Federal do Distrito Federal Ricardo Augusto Soares Leites condenar o hacker a 20 anos de prisão no âmbito da Operação Spoofing. "Delgatti passa a ser um perseguido político", afirmou Carvalho. De acordo com o jornalista, Lula tem a "obrigação" de conceder indulto ao hacker. "Contra uma decisão política, é preciso também tomar uma decisão política. A solução deve ser política", disse. 

"A decisão foi mais do que desproporcional. Absolutamente injustificada. O juiz cita o risco de extorsão, o que é um absurdo. É uma condenação política. É claro que o indulto vem depois da condenação transitada em julgado, mas essa obrigação existe. (É preciso) dar uma resposta política dentro dos fundamentos da democracia contra o abuso de que o próprio Lula foi vítima", continuou. 

A decisão do juiz Ricardo Leites foi consequência da Operação Spoofing, aberta em 2019 a pedido do ex-juiz suspeito Sergio Moro, atual senador do União Brasil-PR, para investigar o vazamento de mensagens de juízes e procuradores da Lava Jato. Na TV 247, Joaquim de Carvalho lembrou que o juiz Ricardo Leites "tentou fechar o Instituto Lula em 2017".

"Não pode deixar na mão de um judiciário que já violou a democracia, que comete lawfare e faz contra o Delgatti exatamente o que os bolsonaristas disseram que ocorreria", disse Carvalho em referência às ameaças de bolsonaristas, de que o hacker poderia ser preso após seu depoimento à CPMI dos atos golpistas, em que incriminou Jair Bolsonaro. 

A repercussão da troca de mensagens entre autoridades atingiu políticos como o senador Sergio Moro. De acordo com os diálogos, o então juiz da Lava Jato interferia na elaboração de denúncias, que devem ser feitas por promotores, para, em seguida, o magistrado condenar ou absolver a pessoa investigada. 

Em 2021, o Supremo Tribunal Federal declarou a suspeição de Moro nos processos contra Lula e devolveu os direitos políticos do petista. Em 2022, o ex-juiz  foi derrotado no Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) por fraude em domicílio eleitoral

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