Reinaldo Azevedo - 24/03/2023

 

Reinaldo Azevedo - Na Folha: Lula tem de falar menos porque está certo, não porque está errado


Na minha coluna de hoje na Folha, afirmo que Lula tem de falar menos sobre juros. E não porque esteja errado. Tem de se conter justamente porque está certo. Parece contraditório? O Brasil de 2023 não é o de 2003. Em vários aspectos, é muito pior. Quem decide a taxa de juros? É o Banco Central. Quem vai dar a palavra final sobre o marco fiscal? O Congresso. Decisão do Copom fez derreter a Bolsa, vai matar o crédito e deixar à mingua a economia real. Lula tem de pedir à sociedade que bata às portas certas. E que cada um arque com as suas responsabilidades.

Segue um trecho:
*
Lula precisa mudar seu modo de se relacionar com o público e falar menos. E isso, acreditem, não é um juízo depreciativo. Fosse, e eu não teria problema nenhum em explicitá-lo. Nunca tive dificuldade de criticar presidentes, inclusive ele próprio. Em muitos aspectos, o Brasil que está aí é muito pior do que aquele que o líder petista encontrou em 2003. A razia dos últimos quatro anos não haveria de ser indolor. E deixou sequelas de longo prazo. E vou me ater aqui ao que acho realmente relevante. Antes que prossiga, escrevo, sem receio de errar, que, caminhando para os 90 dias de mandato, sua vitória já rendeu bons frutos para os pobres, que são os mais carentes de um bom governo, e, pois, para o país.
(...)
O crédito está secando. As montadoras já estão em férias coletivas. No Brasil de 2023, é preciso que os atingidos pelo arrocho "pornográfico" (Josué Gomes da Silva) batam às portas certas: a do Congresso e a do BC. No arcabouço fiscal e na taxa de juros, eles arbitram, respectivamente, quem vive e quem morre. Aos Césares o que é dos Césares.
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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL



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