Bolsonaro entregará terceiro pacote de joias ao TCU, diz defesa do ex-presidente

 Advogados dizem estar dispostos a entregar estojo "o quanto antes possível"

31/03/2023 às 15:18 | Atualizado 31/03/2023 às 16:00

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) confirmou à CNN, nesta sexta-feira (31), que entregará ao Tribunal de Contas da União (TCU) o terceiro pacote de joias sauditas recebidas por Bolsonaro.

Em nota, a defesa de Bolsonaro afirma estar disposta a entregar o estojo “o quanto antes possível”. A entrega deve ocorrer na mesma agência da Caixa Econômica Federal onde outros dois estojos com joias recebidas pelo ex-presidente também foram entregues.

Ainda no documento, a defesa de Bolsonaro manifesta indignação com a condução do episódio, “visto que a relação do acervo privado do ex-presidente da República, que será, inclusive, auditado tão logo o TCU determine e viabilize essa diligência, é pública e disponível, estando à total disposição para consulta dos órgãos de fiscalização”.

Nesta semana, foi noticiado que, durante a viagem do ex-presidente ao país do Oriente Médio em 2019, foi entregue um estojo com relógio, caneta, abotoaduras, pingentes e anel. A informação foi revelada pelo jornal “O Estado de S. Paulo” e foi confirmada pelo analista da CNN Gustavo Uribe.

Relembre o caso

Em outubro de 2021, o então presidente Jair Bolsonaro foi convidado a participar de um evento do governo da Arábia Saudita. No entanto, ele não compareceu. O ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque representou o Brasil na ocasião.

No final do evento, o príncipe Mohammed bin Salman Al Saud entregou ao ex-ministro dois estojos.

No primeiro, havia um colar, um anel, um relógio e um par de brincos de diamantes avaliados em 3 milhões de euros, o equivalente a R$ 16,5 milhões.

No segundo estojo, havia uma caneta, um anel, um relógio, um par de abotoaduras e um terço, em valores oficialmente não divulgados. Este foi listado no acervo pessoal do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), conforme o próprio confirmou à CNN.

O ex-ministro de Minas e Energia e a equipe de assessores dele viajaram em voo comercial. Ao chegar ao aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, no dia 26 de outubro de 2021, um dos assessores, que estava com o primeiro estojo, foi impedido de levar esses presentes, já que os valores ultrapassam mil dólares.

A Receita Federal no Brasil obriga que sejam declarados ao fisco qualquer bem que entre no país cujo valor seja superior a essa quantia.

A CNN questionou integrantes da equipe do governo Bolsonaro por que as joias não foram registradas antes de chegar ao Brasil.

Interlocutores afirmaram que o assessor do Ministério de Minas e Energia deveria ter informado que se tratava de um presente do reino da Arábia Saudita para a ex-primeira-dama e o então presidente.

Em atualização

(Publicado por Lucas Schroeder)

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