Kennedy Alencar - Lula quer Brasil como ponto de equilíbrio entre Pequim e Washington
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou aos Estados Unidos onde deve se encontrar com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, nesta sexta-feira (10), naquele que será o primeiro encontro entre ambos como presidentes. Na sequência, Lula também deve viajar para a China no mês de março e, na avaliação do colunista do UOL Kennedy Alencar, o Brasil pode se colocar como um ponto de equilíbrio entre as duas potências.
[A viagem para os Estados Unidos e depois para a China] é fundamental para equilibrar o jogo geopolítico entre Pequim e Washington, a forma como Brasília lida com Pequim e Washington. O Brasil procura ser um ponto de equilíbrio global."
Kennedy Alencar
Durante o programa Análise da Notícia, Kennedy afirmou que Lula deve tratar a questão das mudanças climáticas em sua viagem aos Estados Unidos, inclusive, tentando articular com o grupo de países que compõem a Amazônia para que negociações com os Estados Unidos sejam feitas em bloco, e não apenas entre Brasil e Estados Unidos.
A China, por outro lado, é um dos países que mais resistem a cumprir acordos internacionais de meio ambiente. Na visita ao país asiático, Lula deve tratar sobretudo a agenda comercial, uma vez que a China é a maior parceira comercial do Brasil. "O Lula passa primeiro pelos Estados Unidos e depois visita a China. A diplomacia brasileira joga com uma posição de independência entre China e Estados Unidos", disse Kennedy.
Nova Guerra Fria. Do ponto de vista tecnológico, comercial e militar, hoje a China é o único país que consegue fazer frente aos Estados Unidos e, por isso, Kennedy afirmou que existe uma "nova Guerra Fria". "O Brasil não quer ser zona de influência de nenhuma delas, não quer comprar o lado americano e nem o lado chinês", afirmou.
Jogo de equilíbrio. Diante dessa "nova Guerra Fria", a boa relação do Brasil com a China é importante para fazer um jogo de equilíbrio entre as potências, mostrando que os americanos também precisam fazer algumas concessões ao Brasil.
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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.
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