Youtube desmonetiza canais da Jovem Pan por desinformação eleitoral

23/11/2022 17h40
Atualizada em 23/11/2022 20h39
O YouTube decidiu hoje, por conta própria, desmonetizar os canais da Jovem Pan de suas redes. Não houve nenhum pedido judicial referente à emissora, mas segundo a plataforma aconteceram "repetidas violações" das políticas de combate à desinformação.
O problema se deu, principalmente, por conta do programa "Pingos nos Is", porém devido à repetição das infrações a decisão não se limitou a esse produto.
Em nota, o YouTube afirmou que "O canal Os Pingos nos Is incorreu em repetidas violações das nossas políticas contra desinformação em eleições e nossas diretrizes de conteúdo adequado para publicidade, incluindo as relacionadas a questões polêmicas e eventos sensíveis, atos perigosos ou nocivos, além de outras políticas de monetização. Desta forma, suspendemos a monetização do respectivo canal e dos outros que integram a rede Jovem Pan no YouTube, de acordo com nossas regras."
O UOL entrou em contato com a assessoria da Jovem Pan, mas até o momento não obteve retorno.
Apesar de o "Pingos" ter a TV e o rádio, a plataforma de vídeos do Google é uma parte importante da audiência do programa. O Grupo Jovem Pan tem a monetização do YouTube como fonte relevante de receita.
Polêmicas entre a Jovem Pan e o TSE
O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) proferiu uma série de decisões contra a Jovem Pan, especialmente em razão de declarações de comentaristas contra o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Inclusive, a Corte Eleitoral abriu uma investigação a pedido do partido para apurar para avaliar suposta falta de isonomia no tratamento que dado ao petista em comparação com o presidente Jair Bolsonaro (PL).
A Jovem Pan chegou a tratar a decisão do como censura em um editorial e de fazer sátiras com isso, como quando comentaristas leram receitas de bolo ao vivo e um "censor" andar pelos estúdios enquanto os programas aconteciam.
O Tribunal também obrigou a rádio a dar direitos de resposta à campanha de Lula e ordenou o impedimento de novas inserções e manifestações que distorçam informações sobre as condenações contra ele que foram anuladas pelo STF.