Seleção Brasileira volta a vencer com jogo pragmático



Juca Kfouri - 

No 10° encontro entre as seleções do Brasil e da Suíça, com Fred no lugar de Neymar em vez de Rodrygo, talvez porque Tite tenha mudado de ideia em ser mais ofensivo que defensivo, talvez porque não queira botar em risco a titularidade de Neymar caso Rodrygo fosse muito bem, o estádio 974 lotou, como se espera de qualquer jogo da Seleção em Copas do Mundo.

Militão, como se esperava e torcia, no lugar de Danilo e, em tese, de Daniel Alves, o convidado tão especial que tem direito ao nome na súmula.

Para quem esperava facilidade, facilidade não houve, embora o domínio brasileiro tenha sido claro, com mais posse de bola, sempre rondando o gol suíço, mas com apenas uma oportunidade bem clara, nos pés de Vini Jr. que bateu de primeira quando poderia ter matado e tirado do goleiro Sommer, que fez boa defesa.

A jogada, aos 26 minutos, foi exemplar, porque Vini perdeu a bola na lateral, a recuperou prontamente, virou o jogo para o lado direito, de onde Raphinha o achou de volta quase no bico da pequena área.

Teria sido um golaço, mas não foi e o intervalo chegou sem gols.

Diga-se que Militão cumpria a missão de Danilo melhor que o titular e que Fred jogava o seu jogo, apenas sem a capacidade de envenenar a partida com o um contra um de que Rodrygo é capaz.

Entre a ousadia e o pragmatismo, Tite voltava a escolher o segundo, sem abdicar da busca pela vitória.

Restava saber se os helvéticos poriam a língua de fora como os sérvios, no segundo tempo, de tanto correr atrás da bola, que tiveram por 45% do tempo.

O jogo clamava por Rodrygo, ele voltou no lugar de Paquetá, mas o primeiro ataque perigoso do período final foi suíço.

A resposta veio em seguida, mas o Pombo voou com pequeno atraso.

Aos 13, Bruno Guimarães substituiu Fred e o substituto, de cara, perdeu a bola no meio de campo para criar nova chance europeia. A Suíça ameaçava crescer.

Um belo gol de Vini, em jogada de Rodryho, é anulado pelo VAR e Gabriel Jesus e Antony são chamados para os lugares de Richarlison e Raphinha.

A Suíça quer empatar, mas Casemiro discorda e faz um golaço de três dedos, aos 83.

Só Brasil e França venceram seus dois jogos e a consistência da defesa brasileira chamou mais atenção que o ataque.

Verdade que, no fim, a pressão dos atacantes de amarelo deixou grogue os retranqueiros pontuais.

O Brasil está nas oitavas, pois não. 

https://www.uol.com.br/esporte/colunas/juca-kfouri/2022/11/28/brasil.htm

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