Pelas barbas do profeta! Uma rodada com o brilho das incríveis mulheres


Walter Casagrande Jr - 

Colunista do UOL

01/12/2022 19h05

Como diria o grande Silvio Luiz: "Pelas barbas do profeta!". A rodada que definiu os classificados dos Grupos E e F da Copa do Qatar foi de arrepiar os cabelos, ou de roer as unhas, como quiserem.

Começando com a eliminação da Bélgica (no grupo F), que não jogou nada e não mereceu mesmo avançar. Só no segundo tempo com a Croácia é que criou umas quatro chances claríssimas de gol.

Lukaku decepciona, Croácia elimina Bélgica com empate e avança em 2º

O pior de tudo é que a bola caiu nos pés, na cabeça e no peito do jogador mais esperado para definir uma possível classificação, Lukaku.

Vamos lá: ele veio machucado para a Copa, quase foi cortado, e muitos diziam que não jogaria. Estava totalmente fora de ritmo e entrou como o salvador da pátria. E aí caiu tudo nas suas costas.

Lukaku errou feio mesmo, mas a Bélgica jogou muito mal desde a primeira partida e não fez nada para merecer a classificação. Após a eliminação, o técnico espanhol Roberto Martínez anunciou que está deixando o comando — ele era o treinador da seleção desde 2016.

Aí a europeia Croácia, vice-campeã na Rússia em 2018, perdeu a primeira posição para o africano Marrocos, que tem um bom time, mas no início da Copa era descartado nessa chave junto com o Canadá. Foi um grupo com uma definição surpreendente.

Depois veio a disputa do Grupo E, no qual se enfrentaram a Espanha, seleção que melhor tinha jogado a primeira fase até então, e que entrou em campo como hiperfavorita contra o Japão, que tinha vencido a Alemanha na primeira rodada.

A Alemanha começou vencendo por 1 a 0, mas a Costa Rica virou para 2 a 1. Esse resultado, com a vitória do Japão, eliminava os dois europeus campeões do mundo.

Depois o time alemão empatou, e qualquer gol da seleção da América Central tirava os espanhóis da Copa. Ficou tenso demais para as seleções europeias, angustiante para a Costa Rica e tudo tranquilo para os japoneses. Por fim, a vitória por 4 a 2 da Alemanha só ajudou mesmo a Espanha.

Agora as oitavas ficaram assim: Marrocos x Espanha e Japão x Croácia.

Eu não vou apontar favorito algum nesses confrontos, porque nessa Copa tudo pode acontecer.

Foi muito emocionante acompanhar todas essas definições, mas não vou deixar passar despercebido o momento mais importante dessa rodada, que foi a estreia de um trio de arbitragem totalmente feminino numa Copa do Mundo masculina.

Eu conversei com a Milly Lacombe no final do primeiro tempo e também no final do jogo. E a visão dela, como mulher, sobre o comportamento do trio na partida, bateu com a minha.

Achamos uma estreia de gala do trio formado pela árbitra francesa Stéphanie Frappart, que foi auxiliada pela brasileira Neuza Back e pela mexicana Karen Diaz Medina. E isso porque elas foram invisíveis em coisas que os homens árbitros têm muita dificuldade.

Muitas vezes eles querem ser mais importantes do que os jogadores, mas as incríveis mulheres árbitras foram discretas. E isso é espetacular numa partida!

Outro detalhe foi a colaboração educada e respeitosa dos jogadores, e isso foi muito bom.

Agora, na parte técnica da arbitragem, vou repetir o que fiz no texto sobre o trio de arbitragem feminino publicado antes da partida entre Costa Rica e Alemanha. Vou contar com a preciosa colaboração da ex-assistente e comentarista Nadine Basttos. A palavra é sua, Nadine!

A árbitra francesa Stéphanie Frappart fez um excelente trabalho na partida de hoje, teve o controle do jogo, marcando poucas faltas e sabendo se posicionar. Uma das características que chamou a atenção foi a parte física, onde ela acompanhou os lances de perto com uma postura confiante, passando segurança nas suas decisões.

Teve uma ótima leitura de jogo aplicando vantagem em alguns lances decisivos. Stéphanie Frappart correspondeu às expectativas.

No primeiro tempo, a assistente mexicana Karen Diaz acabou se equivocando na marcação de um impedimento no ataque da Alemanha.

A assistente brasileira Neuza Back foi mais exigida na segunda etapa da partida, onde marcou três impedimentos, e deixou seguir corretamente alguns lances difíceis do ataque alemão.

No lance ajustado do quarto gol da Alemanha, ela fez o procedimento correto de esperar a conclusão da jogada, e depois levantar a bandeira que, na sua visão o jogador estaria impedido, mas o VAR acabou confirmando o gol que era legal.

Particularmente eu gostei da atuação do trio feminino nessa estreia de Copa do Mundo e espero que elas ainda tenham mais oportunidades nesse Mundial.

Estou orgulhosa dessas mulheres! 

https://www.uol.com.br/esporte/futebol/colunas/casagrande/2022/12/01/pelas-barbas-do-profeta-uma-rodada-com-o-brilho-das-incriveis-mulheres.htm

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