Exposição de dados via Pix preocupa bancos, que cobram mais segurança do BC
Brenno Grillo
A exposição de dados pessoais em operações feitas via Pix tem preocupado os bancos, não apenas pelos riscos de fraudes, mas também por conta de punições previstas na LGPD.
Fontes ligadas a essas instituições destacaram que estão atentas à possibilidade caso não haja mudanças no sistema do BC.
Eventuais punições futuras são temidas porque a privacidade é um direito fundamental.
Mas as críticas não têm sido feitas direta e individualmente por cada banco.
"Quem está intermediando é a Febraban", disse uma fonte ao Bastidor.
Um dos exemplos citados dessa vulnerabilidade envolve Roberto Campos Neto.
Uma busca na internet permite encontrar o CPF do presidente do BC no site do Senado.
Com essa informação em mãos é possível descobrir o número de conta e o endereço da agência bancária de Neto apenas acessando um aplicativo bancário no celular.
Em relação às fraudes, a preocupação é que os dados sejam expostos a criminosos que usam de tentativa e erro para "caçar" essas informações.
A preocupação com o sigilo de dados é a segunda barreira que o sistema de transferências financeiras do BC terá que enfrentar desde seu lançamento.
O primeiro foi a redução dos valores que podem ser transferidos entre 20h e 6h - a medida entrou em vigor no último dia 4.
Porém, apesar da mudança, a preocupação dos bancos é maior com a exposição dos dados, pois a punição judicial por fraudes depende do grau de de responsabilidade da instituição no fato.
Condenações têm sido aplicadas, por exemplo, quando há o hackeamento das plataformas oferecidas ou o bloqueio da conta não é feito após solicitação do cliente.
Tanto é que já há seguros para transações via Pix que cobre operações de até R$ 10 mil.
https://obastidor.com.br/economia/exposicao-de-dados-via-pix-preocupa-bancos-que-cobram-mais-seguranca-do-bc-1886