Em evento, Gilmar, Barroso e Moraes afirmam que Bolsonaro não conseguirá dar golpe - Os ministros do STF destacaram que as declarações de Bolsonaro são “bravatas” e que as instituições estão funcionando bem para preservar a democracia
247 - Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), em debate com os ex-presidentes FHC e Michel Temer, nesta sexta-feira, 6, rebateram as ameaças de Jair Bolsonaro contra o sistema eleitoral. Do STF, estiveram presentes os ministros Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes e Luís Roberto Barroso.
Xingado de “filho da puta” por Bolsonaro em Joinville (SC), Barroso afirmou que “a conquista e preservação da democracia foram causas da minha geração. Não paro para bater boca. Meu universo vai muito além do cercadinho”. O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ainda disse que não se distrai com “miudezas”.
“Eu gosto de repetir que sou um ator institucional. Eu não sou um ator político. Eu não tenho interesse nem cultivo polêmicas pessoais”, afirmou, completando que "essa obsessão por mim não se justifica e não é correspondida".
Ele rechaçou a possibilidade de um golpe contra a realização de eleições. “Do ponto de vista objetivo, não aconteceu nada, o Congresso está funcionando, o STF está funcionando”, disse.
“Não acho que as Forças Armadas embarcariam nesse tipo de aventura. Eu fui professor da escola de comando do Exército por uma década e convivi e participei da formação de muitos que hoje estão no poder, mas a verdade é que eu convivi com um sentimento de patriotismo e compromisso com o Brasil. De modo que qualquer quebra da legalidade seria desmoralizante para o Brasil e quando não para as Forças Armadas. Eu duvido muito que suas lideranças se deixem seduzir por esse tipo de retrocesso histórico”, ressaltou.
Já o ministro Alexandre de Moraes, que nesta semana incluiu, a pedido do TSE, Bolsonaro no inquérito das fake news por ataques contra as urnas eletrônicas, também disse não ver uma situação de risco.
"Existem três termômetros da democracia. Imprensa livre, Judiciário independente, eleições periódicas. No Brasil, hoje, a imprensa é livre, o poder Judiciário é independente, o que não significa que não apanhemos todos os dias, mas apanhamos e reagimos dentro da Constituição. E realizamos eleições no ano passado e vamos realizar no ano que vem. Não acho que bravatas levem a golpe, eu acredito fielmente nas instituições”, declarou.
Enquanto Gilmar Mendes destacou que “as respostas institucionais que têm prevalecido, de modo que eu responderia que as instituições têm funcionado, o Congresso Nacional tem dado respostas adequadas, também o Judiciário”.
“As próprias Forças Armadas compreendem o seu papel institucional, de modo que eu entendo que a democracia no Brasil apesar das tensões que nós vivemos, desses novos ventos, nós temos vivido uma prática democrática, às vezes até um tanto turbulenta, mas me parece que há convicções democráticas, há democratas militantes”, apontou.
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