O negacionismo de Bolsonaro fortalece a necessidade imperiosa do impeachment 25/01/21

 

Tasso diz que Bolsonaro cometeu crimes de responsabilidade, mas não defende impeachment

Por Diego Amorim
25.01.21 

O Para Tasso Jereissati (PSDB), Jair Bolsonaro já cometeu inúmeros crimes de responsabilidade, mas o senador não vê no impeachment uma saída.

“Teremos que aguentar dois anos, teremos que trincar os dentes e aguentar.” 
Em entrevista a O Antagonista, o tucano argumentou que, em meio à pandemia da Covid-10, “nós não podemos sujeitar a população brasileira, nestas circunstâncias, a mais uma crise”.  
“Eu não concordo [com abertura de processo de impeachment], por uma razão muito simples. Vejo com muita preocupação o quadro econômico. Temos a crise sanitária. Vamos ter de fazer outra ajuda emergencial, porque a situação agora é pior do que no início da pandemia. Temos, portanto, crises política, econômica e social, que podem piorar.”

Ele continuou:

“Vivi dois pedidos de impeachment. São, no mínimo, oito meses de crise, de quase paralisia completa do país. Nós não podemos sujeitar a população brasileira, nestas circunstâncias, a mais uma crise. O melhor que temos que fazer é ter uma Justiça e um Congresso independentes e fortes, que barrem as ações, não as palavras do presidente. As palavras nunca vamos barrar. Deixem ele falando o que quer. Esqueçam, esqueçam o que ele fala. Está passando dos limites, não tenho dúvidas, quanto aos crimes de responsabilidade. E ele vai ter que pagar por isso um dia. A Justiça vai julgar. Mas nós temos que fazer o país andar e temos condições, temos uma Federação, temos governadores que podem fazer muita coisa, junto com um Congresso independente.”

Perguntamos o que o senador pensa sobre o que consideram “o jeitão de Bolsonaro” e se ele acredita em mudança de postura do presidente.

“Não tenho formação em psicologia, mas tenho a impressão de que é muito difícil o perfil do presidente mudar. Como gosto de história, vou pelo histórico: o presidente que está aí falando essas bobagens todas é o político que sempre foi, o de sempre, de anos e anos no Congresso, onde era visto como um político exótico. Eu não acredito em mudança do presidente. Acho que ele já passou várias vezes do limite. Quando alguém percebe que ele passa do limite, faz ele dar uma recuada, mas são todas recuadas momentâneas. As convicções do Bolsonaro são muito primárias, não têm o mínimo de sofisticação, de elaboração intelectual. Isso tem a ver com a personalidade dele. Não sou psicólogo, repito, mas mas não é uma personalidade comum. Acho difícil que haja mudanças, por isso acho tão importante um Congresso com um postura forte e independente. Teremos que aguentar dois anos, teremos que trincar os dentes e aguentar.” 
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