Um homem negro de 40 anos morreu na noite de ontem após ser agredido por um segurança e por um PM temporário, fora de serviço, no supermercado Carrefour, na zona Norte de Porto Alegre, às vésperas do feriado da Consciência Negra. Os agressores foram presos, suspeitos de homicídio doloso....



 Juiz determina prisão preventiva dos vigilantes que cometeram assassinato no Carrefour em Porto Alegre

Magno Braz Borges e Giovane Gaspar da Silva foram presos em flagrante por espancar até a morte João Alberto Silveira Freitas, de 40 anos, no estacionamento do supermercado. PF fez uma fiscalização e constatou que os dois vigilantes estavam trabalhando de forma irregular; um deles não tem sequer a carteira nacional da categoria.


Senador lista mais seis casos de violência no Carrefour e pede reunião com grupo 

O senador Paulo Paim (PT-RS), presidente da Comissão de Direitos Humanos do Senado, disse que convidou o Carrefour para uma reunião a fim de debater casos de violência contra negros que ocorreram nas lojas da rede. 

“Com tristeza, recebo há meses notícias da imprensa sobre violência, intolerância e discriminação racial acontecidas nas dependências do Grupo Carrefour”, afirmou, em nota. 

Ele listou vários outros casos ocorridos nos hipermercados da rede. 

“1) Em Recife, o corpo do Senhor Moisés Santos, de 53 anos, foi coberto com guarda-sóis e cercado por caixas, para que a loja seguisse em funcionamento e permaneceu no local entre 8h e 12h, até ser retirado pelo Instituto Médico Legal (IML);

2) Em setembro, deste ano, no Rio de Janeiro, a Senhora Nataly Ventura da Silva, de 31 anos, foi surpreendida com a frase “só para branco usar” escrita em seu avental e assinada por um colaborador do Grupo Carrefour;. 

3) Em maio de 2019, a 5ª Vara do Trabalho de Osasco identificou condições consideradas degradantes para os empregados porque o Carrefour estaria controlando a ida dos empregados ao banheiro; 

4) Em dezembro de 2018, um cão que estava no estacionamento de uma das lojas da empresa, em Osasco, morreu após ser envenenado e espancado por um funcionário;

5) Em outubro de 2018, funcionários da empresa, em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, agrediram Luís Carlos Gomes, porque ele abriu uma lata de cerveja dentro da loja. Surpreendido pelos trabalhadores, o cliente reiterou que pagaria pelo item. Mesmo assim, ele foi perseguido pelo gerente da unidade e por um segurança e depois encurralado em um banheiro, onde recebeu um mata-leão.

6) Em 2009, seguranças da rede de hipermercados agrediram o vigia e técnico em eletrônica Januário Alves de Santana, de 39 anos, no estacionamento de uma unidade em Osasco. Ele teria sido confundido com um ladrão e foi acusado de roubar o próprio carro, um EcoSport.” 

Ele disse ter assistido “com tristeza e indignação” as cenas do espancamento, até a morte, de João Alberto Silveira Freitas, dentro do Carrefour de Porto Alegre.

“Ao tempo que apresento minhas sinceras condolências à família do Senhor João Alberto, afirmo que não pouparei esforços para que este crime seja punido e reafirmo que combato firmemente a intolerância e a discriminação de toda espécie. Esta atitude não irá esmaecer nossas conquistas sociais”, afirmou. 

https://www.oantagonista.com/brasil/senador-lista-mais-seis-casos-de-violencia-no-carrefour-e-pede-reuniao-com-grupo/

Uma unidade do Carrefour na rua Pamplona, em São Paulo, foi invadida por dezenas de pessoas. Segundo a CNN, a loja foi depredada e suprimentos foram espalhados pelo chão.

As portas do mercado foram arrombadas por manifestantes que participavam de um protesto pela morte de João Alberto Freitas.
https://www.oantagonista.com/brasil/carrefour-em-sp-e-depredado/ 

OAB diz que vai acompanhar investigação sobre morte de João Alberto 

OAB disse hoje, em nota, que acompanhará “todo o processo de investigação” da morte de João Alberto Silveira Freitas, homem que foi espancado até a morte ontem em um supermercado do Carrefour, em Porto Alegre.

“A OAB acompanhará todo o processo de investigação para que, obedecidos os princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório, com o devido processo legal, possam os responsáveis pela morte do João Alberto responder pelos seus atos, na forma da lei”, disse. 
Dois seguranças que surraram João Alberto foram presos hoje: Magno Braz Borges, de 30 anos, e Giovane Gaspar da Silva, de 24, que também é policial militar. 
Leia abaixo a íntegra da nota:

A Ordem dos Advogados do Brasil, por meio da sua diretoria e da sua Comissão Nacional da Promoção da Igualdade, lamenta profundamente a morte brutal de João Alberto Silveira Freitas, ocorrida na data de ontem, 19/11/2020, na cidade de Porto Alegre – RS. 

A sociedade brasileira assistiu as cenas apresentadas pela imprensa do espancamento até a morte, com causa provável a asfixia, de de um cidadão negro, por 2 seguranças de um estabelecimento comercial, com requintes de raiva e crueldade, mesmo quando a vítima clamava por socorro e pedia para respirar.

Essas cenas revoltantes, que lembram o que ocorreu com George Floyd nos Estados Unidos, e que acabou desencadeando uma onda de protestos em todos os cantos do mundo, marcaram de forma ainda mais relevante esse dia 20 de novembro, Dia Consciência Negra, 
em que a sociedade brasileira é convidada a refletir e trabalhar políticas e ações de igualdade, inclusão, respeito, união, justiça e antirracismo.  

A conscientização para combater o racismo estrutural é tarefa complexa e fundamental, e terá sempre a OAB como uma das principais entidades a cobrar ações efetivas, que possam descortinar um futuro melhor para toda a sociedade brasileira no combate dessa verdadeira chaga. 
Hoje, no dia em que a Ordem dos Advogados do Brasil encerra a sua I Conferência Nacional de Promoção da Igualdade, concluímos que há necessidade de uma construção de esforços imediatos, concretos e afirmativos – entre todas as entidades públicas e privadas que formam a força dessa nação –, pois é da característica do nosso povo que cultivaremos o ideário, cada vez mais forte, de uma convivência com mais igualdade, liberdade, justiça e democracia. 
A OAB acompanhará todo o processo de investigação para que, obedecidos os princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório, com o devido processo legal, possam os responsáveis pela morte do João Alberto responder pelos seus atos, na forma da lei.

A sociedade brasileira não compactuará com o silêncio revoltante dos que assistem uma morte de um negro sem gritar por JUSTIÇA. 
 As vidas negras importam. 

Todas as vidas importam.

Diretoria da Ordem dos Advogados do Brasil

Comissão Nacional de Promoção da Igualdade.
https://www.oantagonista.com/brasil/oab-diz-que-vai-acompanhar-investigacao-sobre-morte-de-joao-alberto/ 


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