Coisa de tiranete maricas
Voltar atrás em atitudes e opiniões erradas não é apenas demonstração de racionalidade. É ato de coragem.
Em especial, da parte dos governantes.
Um verdadeiro estadista é aquele que também sabe aprender com os próprios erros e, assim, visa a alcançar o bem comum.
Tiranos, por sua vez, insistem em cometer os mesmos erros, porque acreditam que admitir que erraram é sinal de fraqueza e têm medo de abrir brechas para os adversários.
O bem comum é a última coisa na qual pensam, quando nele pensam.
Hoje, noticiamos que o Ministério da Saúde havia publicado no Twitter uma mensagem recomendando o isolamento social e reforçando o fato de que não há remédio eficaz contra a Covid-19.
A mensagem era de uma banalidade absoluta, mas útil para alertar as pessoas que, se as vacinas em testes se provaram eficazes, isso não significa que já se possa relaxar.
A mensagem dizia: “Olá! É importante lembrar que, até o momento, não existem vacina, alimento específico, substância ou remédio que previnam ou possam acabar com a Covid-19.
A nossa maior ação contra o vírus é o isolamento social e a adesão das medidas de proteção individual.”
Como foi o Ministério da Saúde que postou, muita gente acreditou que Jair Bolsonaro finalmente caíra em si e passara a admitir que as medidas restritivas são a única maneira de impedir a difusão do vírus da Covid-19 e que a cloroquina não funciona para curá-la, como afirmam os estudos médicos.
Mas a ilusão logo se dissipou. Foi noticiarmos o tuíte e o Ministério da Saúde correu para apagá-lo.
É mais um episódio ridículo protagonizado pelo governo federal.
Bolsonaro inspira medo em gente que tem receio de perder o emprego por fazer a coisa certa.
E ele, na mais benigna das hipóteses, morre de medo de admitir que errou e mudar de atitude ou opinião sobre o que é evidente em direção contrária.
Coisa de tiranete maricas, para colocar a situação nos termos que o presidente costuma utilizar.
https://www.oantagonista.com/brasil/coisa-de-tiranete-maricas/