Fundação de Itaquá começou com a catequização dos índios - Permanência do padre José de Anchieta e de Bernardo Peixoto foram fundamentais para surgimento da cidade

Uma cidade que mantém viva suas origens e que luta para manter seus fundamentos preservados. 
A história de Itaquaquecetuba remonta há um passado bem distante, especificamente há 459 anos, sendo uma das doze aldeias, fundadas pelo padre jesuíta, José de Anchieta, em sua longa permanência no Brasil.
A passagem do padre Anchieta - beatificado pelo papa João Paulo II, em junho de 1980 - pelo Brasil foi marcada pela forte catequização que este fizera, tanto que a fundação da cidade está diretamente relacionada com os esforços do religioso na região.
Sua criação também se deve ao então presidente da província, Bernardo José Pinto Gavião Peixoto, com o nome de Vila Nossa Senhora d'Ajuda, em 8 de setembro de 1560, sendo estabelecida na beira do rio Tietê, para catequizar os índios guaianases.
Nas décadas de 10 e 20 do século XVII, entretanto, a aldeia ficou quase deserta já que, por ordem do bandeirante Fernão Dias Paes, que tinha o desejo de ter um maior controle dos índios catequizados. A maior parte de sua população foi transferida para aldeia de São Miguel, mais próxima a São Paulo, onde havia sido erguida uma nova capela. 
A população recomeçaria a crescer apenas em 1624, quando o padre João Álvares, construtor da capela da Conceição de Guarulhos e também a de São Miguel, decidiu levantar em sua propriedade, localizada bem ao lado da aldeia de Itaquaquecetuba, um oratório em louvor a Nossa Senhora d'Ajuda que, em seguida, iria tornar-se capela.
Este foi o marco inicial da povoação, que logo viria a se fixar em seu redor, com o nome, justamente, de Nossa Senhora da Conceição de Itaquaquecetuba
Atualmente a praça Padre João Alvares é um dos marcos da cidade.
A origem do nome da cidade também é curiosa. 
Em resumo, Itaquaquecetuba tem como significado o ajuntamento ou reunião de "taquaras-faca", um tipo de madeira cujos ramos, cortantes, se faziam facas antigamente - e é formado pela composição de takûara (taquara, taboca), kysé (faca) e tyba (ajuntamento, reunião, abundância), referindo-se a um imenso taquaral que existia na aldeia, no tempo de sua fundação, margeando o rio Tietê. 
O "i"  no inicio do nome parece que é uma prefixação arbitrária, isto é, não vem do tupi, e talvez tenha sido motivado pela grande quantidade de topônimos formados pela palavra pedra em tupi, que é "itá".
*Texto supervisionado pelo editor. - Felipe Antonelli

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