Doria diz que discutiu fechamento do Aeroporto Campo de Marte com Bolsonaro nesta quinta Dois acidentes no ano passado causaram três mortes na região do terminal; projeto de criação de parque no local é debatido desde 2017.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse após reunião com Jair Bolsonaro (PSL) em Brasília, nesta quinta-feira (10), que conversou com o presidente sobre o desejo de encerrar as atividades do Aeroporto Campo de Marte, na Zona Norte da capital paulista. Não há previsão para que isso ocorra.
Por Guilherme Mazui, G1

“Manifestei ao presidente Bolsonaro nossa posição contrataria ao funcionamento de pousos e decolagens. Não faz o menor sentido que ali funcione pousos e decolagens de aeronaves”, disse Doria.


No ano passado, acidentes envolvendo dois aviões, em julho e novembro, causaram as mortes de três pessoas no terminal e numa rua perto de lá. “Vocês são testemunhas dos acidentes que já ocorreram ali, fatalizando vidas não só de pilotos, copilotos e passageiros, mas também de habitantes da região Norte”, acrescentou.


Doria disse que Bolsonaro o orientou a discutir o assunto com a Força Aérea (FAB) e o Ministério da Defesa. A intenção é transformar o local em um parque, projeto em discussão desde o período em que era prefeito de São Paulo.


Em agosto de 2017, o governo federal e a Prefeitura firmaram acordo cedendo 417 mil m² do terreno do aeroporto para a capital paulista. Já naquela época, a intenção era criar o Parque Campo de Marte. O custo estimado era de, no mínimo, R$ 250 milhões para a implantação –segundo Doria, sem uso de verba pública.


Caso seja criado, o parque será explorado pela iniciativa privada, por concessão. Com o possível fechamento do aeroporto, o governador afirmou que sua pista de pouso deverá ser transformada em quadras poliesportivas. O projeto também prevê a criação no terreno do Museu Aeroespacial.


Há anos o fechamento do Campo de Marte é discutido nas esferas municipal e federal. O grande impasse é o destino de suas operações: apesar de não receber linhas comerciais regulares, o Campo de Marte tem grande movimento de helicópteros e aviões executivos, além de abrigar escolas de pilotagem, o serviço aerostático das polícias, o Hospital da Força Aérea e um clube para oficiais.


O governador garantiu que, caso o fechamento ocorra, serão preservadas as instalações administrativas da FAB, o Hospital da Força Aérea, e a área onde deverá ser implantando um Colégio Militar.

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