Trump agradece cooperação da França e Reino Unido em ataque contra Síria: 'missão cumprida' Os três países bombardearam a Síria nesta sexta-feira como resposta a um suposto ataque químico no país.

O presidente norte-americano, Donald Trump, agradeceu neste sábado (14) em postagem no Twitter a "sabedoria" e o poder militar da França e Reino Unido no ataque conjunto contra a Síria.
Por G1

Trump anuncia ataque em andamento na Síria (Foto: AP Photo/Susan Walsh)
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"Um ataque perfeitamente executado na noite passada. Obrigado à França e ao Reino Unido por sua sabedoria e pelo poder de seus excelentes exércitos. Não poderia haver resultado melhor. Missão cumprida!", dizia a mensagem.


Trump continuou: "Estou muito orgulhoso do nosso exército que será, depois de investidos bilhões de dólares aprovados, o melhor que o nosso país já teve. Não haverá nada, ou ninguém, sequer próximo!"

O dobro de mísseis

A investida foi anunciada pelo próprio Donald Trump em pronunciamento na Casa Branca, na noite de sexta-feira (13), como resposta ao suposto ataque químico contra a cidade síria de Duma no último fim de semana. O regime sírio nega o uso de armas químicas.

As forças aéreas e marinhas dos três países lançaram os primeiros ataques por volta das 21h de Washington (22h, no horário de Brasília). Os sistemas de Defesa da Síria reagiram, atingindo 13 mísseis em Al Kiswah, nos subúrbios de Damasco.

Segundo o secretário de Defesa dos EUA, James Mattis, o ataque contou com o dobro de mísseis usados no ano passado, quando os norte-americanos reagiram a outro ataque químico atribuído ao regime de Assad que deixou 86 mortos.

O Ministro da Defesa do Reino Unido afirmou que foram usados mísseis do tipo Shadow. De acordo com a rede de televisão CNN, as forças armadas da Síria divulgaram que 110 artefatos foram disparados contra o país e que a maioria deles foi interceptada.
EUA, Reino Unido e França bombardeiam alvos na Síria (Foto: Betta Jaworski/G1)
Imagem resposta antiaérea da síria contra ataque conjunto de EUA, Reino Unido e França (Foto: Hassan Ammar / AP Photo)
 AP Photo


Veja a repercussão internacional sobre o ataque da coalizão EUA, Reino Unido e França à Síria

Hezbollah diz que ataque é violação flagrante da soberania síria; Japão declarou apoio a ação.


ataque da coalizão formada por Estados Unidos, França e Reino a alvos sírios nesta sexta-feira (13) provocou reações distintas pelo mundo. Veja a repercussão.


Rússia
Vladimir Putin classificou de "agressão contra um Estado soberano" o ataque dos Estados Unidos e seus aliados contra a Síria, e acusou Washington de ajudar com sua ação os terroristas que atuam no país árabe.

"Com as suas ações, os EUA pioram ainda mais a catástrofe humanitária na Síria. Eles levam sofrimento para a população civil, e de fato, toleram os terroristas que torturam há sete anos o povo sírio", disse Putin, em comunicado divulgado pelo Kremlin.

Arábia Saudita
Em comunicado divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores - aliado de Washington -, o governo saudita disse que os bombardeios ocorreram em resposta ao "contínuo uso das armas químicas proibidas internacionalmente por parte do regime sírio contra civis inocentes, entre eles crianças e mulheres".

Além disso, a Arábia Saudita responsabilizou pelo atual cenário na Síria o regime liderado pelo presidente Bashar al Assad, alegando que continua com os "cruéis crimes cometidos há anos contra o povo sírio".


ONU
O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu aos países-membros que mostrem moderação "nestas circunstâncias perigosas" e respeitem o direito internacional.


"Peço a todos os estados membros que mostrem moderação nestas circunstâncias perigosas e evitem qualquer possível escalada da situação e o sofrimento do povo sírio", disse Guterres.

Ele também lembrou que o Conselho de Segurança tem como "principal responsabilidade a manutenção da paz e a segurança", e pede que seus membros se unam "e assumam essa responsabilidade".

 Como a guerra começou?

Mesmo antes do conflito começar, muitos sírios reclamavam dos altos índices de desemprego, corrupção e falta de liberdade política sob o presidente Bashar al-Assad, que sucedeu seu pai, Hafez, após sua morte, em 2000.

Em março de 2011, protestos pró-democracia eclodiram na cidade de Deraa, ao sul do país, inspirados pelos levantes da Primavera Árabe em países vizinhos.

Quando o governo empregou força letal contra dissidentes, houve manifestações em todo o país exigindo a renúncia do presidente.

O clima de revolta se espalhou, e a repressão se intensificou. Apoiadores da oposição pegaram em armas, primeiro para defender a si mesmos e depois para expulsar forças de segurança das áreas onde viviam. Assad prometeu acabar com o que chamou de "terrorismo apoiado por estrangeiros".


Seguiu-se uma rápida escalada de violência, e o país mergulhou em uma guerra civil.

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