Setor da construção civil cai 6% e demite 105 mil só em 2017 - O Globo
Enquanto a economia brasileira dá sinais de reação, a construção civil e o
mercado imobiliário encerram mais um ano em queda. O setor caiu 6% neste ano,
segundo balanço da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic)
divulgado nesta segunda-feira.
Os empregos formais da construção devem fechar o ano com menos 105 mil
vagas, segundo o relatório, o que representa um saldo negativo de 5% do seu
estoque de trabalhadores. No acumulado da crise iniciada em 2014, o setor já
fechou cerca de 1 milhão de postos de trabalho.
Setor que representa cerca de 10% do Produto Interno Bruto (PIB), a
construção civil impactará a economia em 0,5% negativo em 2017, no terceiro ano
consecutivo de retração, de acordo com os dados da Cbic.
Tendência de queda continua
Em 2017, o mercado imobiliário manteve tendência de queda. No terceiro
trimestre as vendas de imóveis caíram 5,1% e os lançamentos diminuíram 11% em
comparação com o segundo trimestre deste ano. Esta tendência vem se mantendo ao
longo do ano, segundo a Cbic.
Estudo da indústria indica que de janeiro a setembro de 2017, as vendas em
unidades registram queda de 1,5% em relação ao acumulado do ano anterior,
enquanto que os lançamentos imobiliários, por sua vez, recuaram 8,6%.
O estudo da Cbic apurou ainda que as vendas no terceiro trimestre deste
ano superaram os lançamentos em 5.202 unidades. A maior procura (55%) está nas
unidades com dois dormitórios.
Apesar dos números continuarem em queda em 2017, o presidente da Cbic,
José Carlos Martins, a expectativa para 2018 é de retomada do investimento e o
restabelecimento do crédito para reaquecer o setor.
— Nós estamos acreditando em 2018, muito mais pela necessidade que o país
tem da gente, do que por esses números — disse.
Para garantir crescimento no próximo ano, a entidade defende uma solução
imediata para a Caixa, principal banco que financia a habitação no país,
restabelecer as linhas de crédito.
Martins também avalia que a ampliação dos
investimentos em infraestrutura, em projetos de concessões e parcerias
público-privadas e a melhoria no ambiente de negócios, com novas iniciativas
voltadas à segurança jurídica, como a regulamentação do distrato, são
necessários que o setor volte a crescer e gerar empregos.
— Ninguém está pedindo dinheiro, só estamos pedindo soluções para que a
coisa volte a fluir — pontua.
(O Globo - Economia - 11/12/2017)
http://observadordomercado.blogspot.com.br/