Limite de R$ 1,5 milhão para financiar imóvel com FGTS poderá ser prorrogado
O limite de R$ 1,5 milhão para o financiamento de imóvel com recursos
do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), previsto para acabar
no fim do ano, poderá ser prorrogado, disse hoje (19) o ministro da
Fazenda, Henrique Meirelles.
Em café da manhã com jornalistas, ele
informou que o governo está estudando a medida.
“Há uma boa
possibilidade de prorrogar o limite se a questão for analisada”,
declarou o ministro.
Responsável por regulamentar a questão, o Conselho
Monetário Nacional (CMN) – formado por Meirelles, o ministro do
Planejamento, Dyogo Oliveira, e o presidente do Banco Central, Ilan
Goldfajn – se reunirá na próxima quinta-feira (21).
Em fevereiro, o CMN tinha elevado para R$ 1,5 milhão o teto de imóveis que podem ser financiados com recursos do FGTS
em todo o país.
Até então, o fundo poderia ser usado para financiar a
compra de unidades de até R$ 800 mil, na maior parte do país, e R$ 950
mil no Distrito Federal, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro e em São
Paulo.
Bancos
Meirelles também confirmou
que o governo discute a elevação, para R$ 1 milhão por investidor, do
limite de cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) pelos próximos
quatro anos. Criado em 1997 para proteger clientes de bancos que
quebram, o FGC atualmente só cobre investimentos de até R$ 250 mil por
pessoa.
Pela proposta aprovada ontem (18) pelas instituições
financeiras que contribuem para o FGC, a cobertura subiria para até R$ 1
milhão por investidor, limitada a R$ 250 mil por instituição
financeira. Dessa forma, quem tiver quatro investimentos de até R$ 250
mil em quatro instituições diferentes estará garantido.
Para
entrar em vigor, a decisão precisa ser homologada pelo Conselho
Monetário Nacional. Segundo Meirelles, o CMN terá de analisar a
capacidade do fundo de honrar os compromissos.
No entanto, ele disse que
um eventual pagamento de R$ 1 milhão a vários investidores seria uma
situação extrema e só ocorreria em meio a uma crise de grandes dimensões
no sistema financeiro.
“Para que isso [o limite de R$ 1 milhão]
seja atingido, seria necessária uma crise sistêmica de grandes
dimensões. Só se falirem todos os grandes bancos. Há décadas que isso
não acontece e são eventos raros. Não vejo risco de isso acontecer hoje.
Os bancos brasileiros são sólidos e cumprem, com folga, os requisitos
de capital mínimo”, concluiu o ministro.
Kelly Oliveira e Wellton Máximo – Repórteres da Agência Brasil
Edição: Nádia Franco